ATA DA QUINTA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 27-02-2002.
Aos vinte e sete dias do
mês de fevereiro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Fernando
Záchia, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Raul Carrion.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto
Garcia, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Helena
Bonumá, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Terceira Sessão
Ordinária que, juntamente com a Ata da Segunda Sessão Ordinária, foi aprovada.
À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de
Informações n.º 048/02 (Processo n.º 0770/02); pelo Vereador Ervino Besson, 01
Pedido de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Pedido de
Providências e o Pedido de Informações n.º 054/02 (Processo n.º 0827/02); pelo
Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos
Nedel, 43 Pedidos de Providências; pelo Vereador José Fortunati, o Projeto de
Lei do Legislativo n.º 029/02 (Processo n.º 0782/02) e o Projeto de Resolução
n.º 053/02 (Processo n.º 0783/02); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do
Legislativo n.º 024/02 (Processo n.º 0729/02); pela Vereadora Maristela Maffei,
o Projeto de Lei do Legislativo n.º 001/02 (Processo n.º 0001/02); pelo
Vereador Reginaldo Pujol, 03 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações
n.º 050/02 (Processo n.º 0778/02); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de
Informações n.ºs 035, 036, 037, 038, 039, 040, 041, 042, 043, 044, 045, e
046/02 (Processos n.ºs 0716, 0717, 0718, 0719, 0720, 0721, 0722, 0723, 0724,
0725, 0726 e 0727/02, respectivamente). Ainda, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de
processos: de autoria do Vereador Adeli Sell, com referência aos Projetos de
Lei do Legislativo n.ºs 172/99, 126/00, 017, 163, 255 e 273/01 (Processos n.ºs
3115/99, 1863/00, 0656, 2446, 3805 e 4057/01, respectivamente) e aos Projetos
de Lei Complementar do Legislativo n.ºs 018 e 021/01 (Processos n.ºs 3285 e
3445/01, respectivamente); de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, com
referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 180/00 e 268/01 (Processos
n.ºs 2499/00 e 4006/01, respectivamente); de autoria do Vereador Cassiá Carpes,
com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 014 e 295/01 (Processos
n.ºs 0456 e 4558/01, respectivamente); de autoria do Vereador Haroldo de Souza, com referência ao
Projeto de Resolução n.º 042/01 (Processo n.º 1972/01); de autoria do Vereador
Pedro Américo Leal, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 031/00
(Processo n.º 0587/00); de autoria do Vereador Sebastião Melo, com referência ao
Projeto de Resolução n.º 071/01 (Processo n.º 3327/01); de autoria da Vereadora
Sofia Cavedon, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 293/01
(Processo n.º 4538/01) e ao Projeto de Resolução n.º 098/01 (Processo n.º
3847/01). Também, foi apregoado o Memorando n.º 017/02, de autoria do Vereador
José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que
o Vereador Pedro Américo Leal representará este Legislativo na solenidade de
outorga da Medalha do Mérito Farroupilha, a ser realizada hoje, às dezessete
horas. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de
Souza, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja o Projeto de Resolução
n.º 042/01 (Processo n.º 1972/01) incluído na Ordem do Dia, nos termos do
artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n.ºs
122/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 248/02, do Senhor Djalmir
da Costa Bessa, Ordenador de Despesas da Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Fernando Magnus,
representante do Rotary Clube Rodoviária, que discorreu acerca do ideais de
cooperação e solidariedade que fundamentaram a criação do Rotary International,
relatando as atividades desenvolvidas pela instituição desde a sua formação até
os dias atuais e destacando os projetos sociais implementados no Rio Grande do
Sul. Também, solicitou o engajamento do Poder Público no sentido de ampliar e
promover iniciativas em benefício da comunidade. Na ocasião, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores Reginaldo Pujol, João Antonio Dib, Nereu
D’Avila, Carlos Alberto Garcia, Adeli Sell, Elói Guimarães, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta
e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução n.º 045/02; em 3ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 005, 007, 010, 013 e 014/02, 260
e 290/01, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, Reginaldo
Pujol e João Carlos Nedel, e 297/01, discutido pelos Vereadores João Antonio
Dib e Nereu D’Avila, os Projetos de Lei do Executivo n.ºs 037 e 038/01. A
seguir, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando
que o Parecer exarado pela Procuradoria da Casa, relativo à tramitação do
Requerimento n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02 - Requer a instalação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar possíveis irregularidades
administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB), de autoria do
Vereador Nereu D’Avila, fosse encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça,
tendo o Vereador Nereu D’Avila solicitado que os Senhores Vereadores fossem
cientificados sobre o teor do referido Parecer. Na ocasião, o Vereador João
Bosco Vaz formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando fossem os Senhores Vereadores dispensados do uso da indumentária
prevista no artigo 216, III, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Sebastião Melo, criticando atos administrativos do Executivo Municipal, teceu
considerações acerca de reunião da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e
do MERCOSUL ocorrida no dia vinte e seis de fevereiro do corrente, com a presença
do Diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE, na qual foi
discutido o aumento da tarifa de água praticada pela Prefeitura Municipal de
Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib defendeu a idéia de que o Senhor
Prefeito Municipal não emita Decreto referente ao aumento da tarifa de água, ressaltando
que o reajuste supera o determinado pela Lei Complementar Municipal n.º 250/91.
Também, informou que, caso seja emitido o citado Decreto, a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL ingressará na Justiça contra a
majoração na referida tarifa. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol,
presidindo os trabalhos, prestou esclarecimentos sobre a tramitação do Requerimento
n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02), de autoria do Vereador Nereu D'Avila, tendo
o Vereador Juarez Pinheiro formulado Requerimento verbal, solicitando que fosse
temporariamente suspensa a coleta das indicações das Bancadas com assento neste
Legislativo, com vistas à constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito -
CPI - solicitada pelo Vereador Nereu D'Avila através do Requerimento acima
mencionado, até que fosse informado ao Plenário o teor de Parecer exarado pela
Procuradoria da Casa relativo à legalidade e regimentalidade de tal
solicitação, o que foi deferido pelo Senhor Presidente. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes referiu-se à reunião conjunta das Comissões de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, de Educação, Cultura e Esportes e de
Urbanização, Transportes e Habitação, realizada no dia vinte e seis de
fevereiro do corrente, na qual foram debatidos problemas relativos aos
Carnavais de Porto Alegre e do Rio de Janeiro. Também, discorreu acerca da
decisão do Tribunal Superior Eleitoral que estabelece a verticalidade
obrigatória das coligações partidárias para as próximas eleições. O Vereador
Paulo Brum pronunciou-se sobre artigo publicado na edição de hoje do jornal O
Sul, intitulado “Deficiente crônico pode ficar sem convênio do SUS”,
mencionando que solicitará à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos a oitiva, em reunião dessa Comissão, da diretora do Centro de
Reabilitação de Porto Alegre – CEREPAL e de funcionários do Ministério da
Saúde, no que se refere ao convênio firmado entre esta entidade e o Sistema
Único de Saúde – SUS. O Vereador Isaac Ainhorn destacou a função fiscalizadora
exercida pela Casa em relação aos atos do Poder Executivo. Também, referiu-se a
Vetos apostos pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre a Projetos de Lei
que versam sobre a adoção de alíquotas progressivas para o Imposto Predial e
Territorial Urbano - IPTU - e manifestou-se sobre o aumento verificado nas
tarifas de fornecimento de água potável em Porto Alegre. O Vereador Raul
Carrion manifestou-se acerca de reunião da Comissão de Educação, Cultura e
Esportes, na qual foram debatidos problemas ocorridos com participantes
porto-alegrenses no desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de
Pilares, durante o Carnaval do Rio de Janeiro. Também, criticou proposta em
tramitação no Congresso Nacional, que visa a promover alterações na
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. O Vereador Reginaldo Pujol, ao
discorrer sobre a atuação da Bancada do Partido da Frente Liberal neste Legislativo,
informou que, a fim de poder exercer a coordenação da campanha eleitoral da
Senhora Roseana Sarney no Estado, deixará de exercer o cargo de Líder dessa
Bancada neste Legislativo, o qual será ocupado pelo Vereador Luiz Braz. Ainda,
comentou decisão prolatada pelo Tribunal Superior Eleitoral, no sentido de estabelecer
a verticalidade nas coligações entre partidos políticos para a disputa das
próximas eleições. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou que a informação
prestada pelo Vereador Reginaldo Pujol em seu pronunciamento em Comunicação de
Líder fosse formalizada por escrito, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se
sobre esse pronunciamento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier
manifestou-se acerca do posicionamento adotado pelo Tribunal Superior
Eleitoral, com relação à legislação que rege a coligação entre partidos
políticos para as próximas eleições. Também, prestou esclarecimentos sobre os
critérios adotados pelo Executivo Municipal para alterar as tarifas de fornecimento
de água, aludindo a iniciativa semelhante adotada pela Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL. Na oportunidade, foi apregoado documento firmado
pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz, informando que, a partir de hoje,
a Liderança da Bancada do Partido da Frente Liberal será exercida pelo Vereador
Luiz Braz. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão externou sua
contrariedade ao aumento das tarifas de fornecimento de água em Porto Alegre.
Também, abordou aspectos atinentes aos problemas sociais e estruturais
verificados no Centro da Cidade, notadamente no que se refere à violência urbana,
à dificuldade de acesso às ruas desse Bairro, à concentração de vendedores
ambulantes e camelôs e aos níveis de poluição sonora verificados no local. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Carlos Nedel, aditado
pelo Vereador Estilac Xavier, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, por quatorze votos SIM e nove votos NÃO,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Paulo Brum e João
Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion e Sofia
Cavedon e Não os Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson,
Fernando Záchia, João Antonio Dib, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum e
Reginaldo Pujol, tendo o Vereador João Carlos Nedel manifestado-se a respeito
desse Requerimento. Foi aprovado o Requerimento n.º 038/02 (Processo n.º
0848/02 - Requer autorização para percepção de diárias e passagens aéreas, a
fim de representar este Legislativo na V Marcha a Brasília em Defesa dos
Municípios, a ser realizada nos dias cinco e seis de março do corrente, em
Brasília - DF), de autoria do Vereador José Fortunati. Durante a apreciação do
Requerimento n.º 038/02, o Vereador José Fortunati afastou-se da presidência dos
trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Foi aprovado o Requerimento
n.º 037/02 (Processo n.º 0836/02 - Sessão Solene em homenagem ao Dia da Criança),
de autoria da Vereadora Maria Celeste. Foi aprovado o Requerimento n.º 033/02
(Processo n.º 764/02 - Período de Comunicações em homenagem ao Jornal do
Comércio, pela passagem do seu sexagésimo nono aniversário), de autoria do
Vereador Almerindo Filho. Foi aprovado o Requerimento n.º 032/02 (Processo n.º
0758/02 - Período de Comunicações destinado a homenagear a Associação Satélite
Prontidão pelo transcurso de seu centenário), de autoria do Vereador Carlos
Alberto Garcia. Foi aprovado o Requerimento n.º 029/02 (Processo n.º 0753/02 -
Sessão Solene em homenagem ao Dia do Advogado e ao aniversário da Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador Sebastião
Melo. Foi aprovado o Requerimento n.º 016/02 (Processo n.º 0355/02 - Moção de
Repúdio ao assassinado do Prefeito Municipal de Santo André - SP, Senhor Celso
Daniel, e à violência de que têm sido vítimas as lideranças do Partido dos
Trabalhadores), de autoria do Vereador Estilac Xavier, por dezenove votos SIM e
duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Estilac
Xavier, João Antonio Dib, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Clênia Maranhão, Carlos
Alberto Garcia, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Cassiá Carpes e Sebastião Melo, em
votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e
tendo optado pela Abstenção os Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz. Durante
a apreciação do Requerimento n.º 016/02, o Vereador Luiz Braz formulou Questões
de Ordem e manifestações acerca do pronunciamento efetuado pelo Vereador
Marcelo Danéris, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o
assunto. Também, o Vereador Estilac Xavier formulou Requerimento verbal,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado pelo
Vereador Luiz Braz, durante o encaminhamento à votação do Requerimento n.º
016/02, tendo o Senhor Presidente determinado que tal solicitação fosse
formalizada por escrito, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se sobre a
solicitação e o Senhor Presidente prestado informações sobre essa matéria. Foi
rejeitado o Requerimento n.º 287/01 (Processo n.º 4709/01 - Moção de Solidariedade
ao Major Maurício Martins Alves, Diretor do Colégio Tiradentes, relativa à
mobilização contra o Decreto n.º 41.274, que vincula o estabelecimento desse estabelecimento
de ensino à Secretaria Estadual da Educação), de autoria do Vereador Carlos
Alberto Garcia, por oito votos SIM, dez votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Alberto Garcia,
Luiz Braz e Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu
D'Avila, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Fernando Záchia, João Carlos Nedel e
Luiz Braz, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier,
Helena Bonumá, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores João Antonio Dib e João Bosco Vaz. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, apresentando Recurso à decisão do
Senhor Presidente, tomada com base em Parecer exarado pela Procuradoria da
Casa, no sentido de deferir o Requerimento n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02),
de autoria do Vereador Nereu D'Avila, que requer a instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito - CPI - destinada a averiguar possíveis irregularidades
na administração do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, tendo o
Senhor Presidente determinado que o referido Recurso fosse encaminhado à Comissão
de Constituição e Justiça, concedendo efeito suspensivo à matéria. Também, o
Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento
efetuado por Sua Excelência durante o encaminhamento à votação do Requerimento
n.º 016/02 (Processo n.º 0355/02). Às dezoito horas e vinte e dois minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
José Fortunati, Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol e secretariados pelo
Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e assinada, será assinada
pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à
O
Sr. Fernando Magnus, representando o Rotary Clube Rodoviária, está com a
palavra pelo tempo regimental de dez minutos. Ele falará sobre o “Dia do
Rotary” e sobre as ações da Fundação Rotariana de Porto Alegre e a Campanha de
Coleta de Alimentos - Relatório do “Natal sem Fome”.
O SR. FERNANDO MAGNUS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores de todas
as Bancadas que dignificam este Parlamento em representação do povo de Porto
Alegre, autoridades, presidentes de Clubes de Rotary, ex-governadores,
companheiros e companheiras rotarianas.
A
data de 23 de fevereiro, para a comunidade gaúcha e mundial, é significativa,
quando se comemora o aniversário de Rotary Internacional, fundado em 1905 nos
Estados Unidos.
Foi
seu fundador um jovem e solitário advogado, Paul Harris, que se sentia perdido
na buliçosa e violenta Chicago de então. Na nova empreitada, foram seus
parceiros: um negociante de carvão, um engenheiro de minas e um alfaiate. O que
buscavam, na época, era expandir o círculo de amizades, fomentar o
companheirismo, promover contatos de negócios, além das atividades cívicas em
benefício da comunidade. Mas, talvez, o grande componente de aproximação entre
eles tenha sido exatamente a solidão, a indiferença, o individualismo,
fenômenos ainda presentes na vida de hoje, nas grandes cidades.
Em
1907, aconteceu o primeiro, modesto e singelo projeto de Rotary com a
construção de um banheiro público perto da Prefeitura de Chicago.
Os
anos se passaram, o ideal de servir se consolidou e hoje nós somos no mundo um
milhão e duzentos mil rotarianos, com trinta mil, cento e quarenta e nove
clubes, em cento e sessenta e dois países.
O
objetivo do Rotary é estimular o companheirismo, a difusão das normas de ética
profissional, a melhoria da comunidade, por meio da conduta individual e a
aproximação dos profissionais de todas as áreas visando à cooperação e a paz
internacional.
Essa
é, em síntese, a filosofia do Rotary. No Brasil, o primeiro clube é de 1923, no
Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, a primeira semente de Rotary, o Rotary
Clube de Porto Alegre, em 1928. Hoje nós temos, no Rio Grande do Sul,
aproximadamente duzentos e trinta e sete clubes em aproximadamente duzentos
Municípios, com um contingente qualificado de voluntários, desenvolvendo o
espírito de solidariedade, o ideal de servir: bandeiras de Rotary.
Em
Porto Alegre, nós temos mais de vinte clubes de serviço. Em nível
internacional, o Rotary tem sido um parceiro constante na Organização das
Nações Unidas, onde tem assento como representante das organizações
não-governamentais. Desde 1985, o Rotary tem um compromisso público com o
mundo, o da erradicação da poliomielite. Campanha essa, em vias de
concretização até 2005, quando se completará o seu centenário.
O
trabalho tem sido exitoso, o Brasil e as Américas estão livres desde 1994.
Remanescem alguns focos da doença, principalmente em países da África. As
doações de governos, fundações e organizações não-governamentais atingiram, até
hoje, 1 bilhão e 800 milhões de dólares. Falta 1 bilhão de dólares. E, desses,
nós temos prometidos apenas 600 milhões de dólares. Mesmo com a guerra
assolando o Afeganistão, no dia 7 de novembro, trinta mil voluntários e agentes
sanitários enfrentaram condições adversas para realizar a campanha contra a
pólio, que durou três dias. O alvo: crianças com menos de cinco anos de idade, entre
os refugiados do Afeganistão e população do país vizinho, na fronteira, o
Paquistão, em parceria com a Organização Mundial de Saúde.
O
Brasil foi pioneiro na criação dos “Dias Nacionais de Imunização”. No Brasil, o
projeto educacional mais ambicioso de Rotary é o do Colégio Rio Branco, da
Fundação dos Rotarianos de São Paulo, que congrega, nas suas duas unidades: São
Paulo, Higienópolis, na Granja Viana, em Cotia, aproximadamente dez unidades,
com diversas faculdades em funcionamento e, brevemente, uma universidade.
No
Rio Grande do Sul, em cinco distritos. Em Porto Alegre, entre as entidades
fundadas, assistidas ou administradas por rotarianos, nós temos a SPAAN –
Sociedade de Proteção e Auxílio aos Necessitados - no Bairro Teresópolis. Essa
entidade abriga cento e cinqüenta idosos, presidida pelo nosso companheiro
Gildásio – que está presente, do Porto Alegre Norte -, e serve setecentas e
cinqüenta refeições por dia.
Amparo
Santa Cruz, Belém Velho, atendimento de idosos e crianças, atualmente
administrado pelo Porto Alegre Independência. Na Vila Cruzeiro, a Fundação
Casemiro Bruno Kurtz, em parceria Rotary Club Porto Alegre-Sul e a Associação
Cristã de Moços. No Pão dos Pobres temos os projetos de equipamento de mecânica
com novíssima tecnologia, um projeto de informática e um projeto em parceria
com o Ministério de Educação, administrado pelo Porto Alegre, Beira Rio e
outros clubes. Temos os núcleos Rotary em diversas vilas de Porto Alegre.
Citamos: no Bairro Teresópolis, Nossa Senhora da Conceição, Menino Jesus de
Praga, Morro Embratel, Vila dos Eucaliptos - o Porto Alegre Floresta -, no
Morro da Cruz - do Porto Alegre Rodoviária - presidido pelo nosso companheiro
Zanella, a quem nós devemos o convite para ocupar esta tribuna. O Asilo Padre
Cacique é outra instituição auxiliada. O projeto de refeições coletivas,
próximo à Rodoviária, desenvolvido pelo Porto Alegre Alto Petrópolis. As
creches comunitárias desenvolvidas pelo Porto Alegre, Sarandi e pelo Anchieta.
O projeto de alfabetização de adultos, o Lighthouse, em parceria como a
Prefeitura Municipal.
Além
desses trabalhos dos clubes, nós temos o trabalho da Fundação dos Rotarianos.
O
Banco de Alimentos com destinação de alimentos a mais de setecentas entidades
assistenciais; parcerias: FIERGS, ADCE, Fundação Maurício - RBS, McCan Erickson
SESI, Parceiros Voluntários, sindicatos da área de alimentação, dos bares de
restaurantes e dos transportes em cargas, inspirado no projeto de países tais
como a França, Inglaterra, Bélgica, Estados Unidos e de Portugal.
Campanha
do “Natal sem Fome” que a televisão veiculou. O Centro Educacional
semiprofissionalizante no Amparo Santa Cruz, em parceria com o SESI-SENAI. O
Banco de Projetos Comunitários, com recursos incentivados pela Lei n.º 8.060. O
Balcão de Projetos Comunitários. O Rotary que, em parceria com o Hospital
Pronto Socorro, Hospital Conceição e Hospital Cristo Redentor, já mandou tantas
crianças queimadas para o Hospital de Antofagasta, no Chile. O Projeto SOS
Arquipélago, na Ilha da Pintada, das Flores, dos Marinheiros, de qualificação
profissional, em parceria com o Grupo Gerdau, SENAI, SESC, SEBRAE e Conselho de
Cidadania da FIERGS, abrangendo áreas de: corte e costura, modelagem,
informática, higiene e inúmeros outros. Esse é o trabalho do Rotary, que diz
mais que qualquer argumento de retórica, trabalho de generosidade e de
solidariedade humana. Aliás, um autor espiritual moderno definiu com
propriedade: “A generosidade é a virtude das almas grandes que sabem retribuir
dando.” E é o espírito bíblico: "Dai de graça o que de graça
recebeste." Um homem generoso sabe dar carinho, compreensão, ajuda
material e não exige em troca que lhe queiram bem, que o compreendam, que o
ajudem. Dá e esquece que deu. Essa é toda a sua riqueza. Um homem assim, o
Cristo, é que melhor compreendeu que é melhor dar do que receber. O grande
escritor e diplomata mineiro, cidadão universal Guimarães Rosa deixou-nos essas
palavras que refletem bem a nossa responsabilidade nos dias atuais. “Cada homem
tem um lugar no mundo e no tempo que lhe é concedido, sua tarefa nunca é maior
que a sua capacidade para poder cumpri-la.”
Ex.mo
Sr. Presidente, ilustres Vereadores desta colenda Câmara Municipal, insignes
autoridades, convidados, companheiros. Na Tribuna livre de hoje, expressão
maior do sentimento de liberdade, falando sobre a filosofia e o trabalho do
Rotary, o propósito não é a soberba, a arrogância, a mostra de grandeza, mas o
contrário, ou seja, mostrar o quanto ainda precisa ser feito e suplicar o apoio
e a ajuda dos Srs. Vereadores e das instituições públicas e governamentais,
estimulando novas parcerias para prestação de serviço em benefício da
comunidade. A construção de um mundo mais justo, mais solidário e mais fraterno
exige o empenho e a participação de todos nós.
Para
finalizar, quero registrar a mensagem de nosso fundador, Paul Harris, em 1944:
“Somos todos semelhantes e criaturas de Deus e precisamos aprender a viver
juntos, amando-nos e respeitando-nos uns aos outros, em paz”. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradecemos ao Dr. Fernando Magnus pela
sua presença e o convidamos a fazer parte da Mesa.
O
Ver. Reginaldo Pujol, representando o PFL, está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero,
em nome da Bancada do PFL, manifestar a nossa satisfação e regozijo de poder
receber no dia de hoje o representante do Rotary de Porto Alegre. Sou suspeito
em dizer da minha satisfação, porque também rotariano sou. Fico muito feliz em
ver nesta Casa os companheiros do Rotary Rodoviária, do Sul, do Partenon, do
Porto Alegre, do Porto Alegre Norte, do Navegantes, do Bom Fim e do próprio
Partenon, meu clube. E mais ainda, tenho essa satisfação aumentada quando o nosso
ex-governador e meu particular amigo, companheiro de bancos acadêmicos traz à
Casa, aos anais e à história de Porto Alegre essas preciosas informações a
respeito, não só do Rotary e do seu dia, mas, sobretudo, sobre as ações da
Fundação Rotariana de Porto Alegre e, mais objetivamente, sobre a campanha de
coleta de alimentos dentro do programa “Natal sem Fome”, cuja integração
rotariana foi absoluta, como todos tiveram oportunidade de testemunhar, fazendo
com que homens e mulheres se integrassem a esse trabalho de forma denodada,
propiciando resultados altamente compensadores ao esforço desenvolvido e que
atingindo plenamente os objetivos.
Por
isso, em nome do PFL, eu tenho muita alegria em saudar o Dr. Fernando Magnus,
com quem, como já disse anteriormente, tenho um vínculo acumpliciado de uma
amizade que se alonga no tempo e que, mais uma vez, me gratifica com a sua
inteligência, sua sabedoria, seu verbo, que é o elemento difusor das idéias e
das práticas rotarianas, da qual ele também sintetiza. Volte sempre, Dr.
Fernando, aqui conosco, porque só nos dá alegria, não só a mim, como rotariano,
e ao meu colega, Ver. Luiz Braz, integrante da minha Bancada, PFL, mas a toda a
Casa Legislativa de Porto Alegre, que vê no Rotary um clube de serviço
efetivamente ativo, congregador do companheirismo e realizador de tarefas
dignas do aplauso de toda a comunidade porto-alegrense, gaúcha e brasileira.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Dr.
Fernando Magnus, rotarianos aqui presentes, na terça-feira passada, eu lia no
jornal Zero Hora uma pequena nota, e li mal, porque li que era o ano de 1913, e
achei que o Rotary estaria fazendo 89 anos. Na verdade, estou informado hoje
que foi 1905. Portanto, são 97 anos, e, dentro desses três anos teremos por
certo uma grande festa pelos 100 anos do Rotary. Precisaria ter muito mais
entidades igual ao Rotary, mais do que isso, precisaria que todos os cidadãos
compreendessem o dar de si sem pensar em si, porque, hoje, vive-se um mundo
onde a solidariedade está completamente ausente, e se nós tivéssemos, cada um
de nós, um pouco de solidariedade, nós teríamos um mundo muito bom, onde a
educação, a saúde, a habitação, a segurança, tudo isso estaria presente.
Portanto,
nos 97 anos do Rotary o abraço da Bancada do PPB, Ver. Pedro Américo Leal, Ver.
Beto Moesch, Ver. João Carlos Nedel e o meu, para todos, saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
saudar o Sr. Fernando Magnus, nosso particular amigo, ex-governador do Rotary,
e todos os componentes do Rotary que nos honram com as suas presenças aqui na
Câmara, diversos clubes, inclusive o nosso sempre Ver. Arthur Zanella, que é o
Presidente do Rotary Rodoviária. Participamos com outros Vereadores, Ver.
Ervino Besson, Ver. Elói Guimarães, Ver. Isaac Ainhorn, outro dia, de um almoço
conjunto no Leopoldina Juvenil. A nossa Bancada também composta pelos
Vereadores João Bosco Vaz, próprio Presidente José Fortunati, Ver. Isaac
Ainhorn e Ver. Dr. Goulart queremos dizer que nos somamos às comemorações do
Dia do Rotary, que é hoje exatamente. Todos os conceitos referidos pelo
Fernando Magnus, em nome do Rotary, da tribuna, a sua síntese história, o seu
eixo de atuação que é o de exortar o companheirismo, a amizade, a paz, o amor,
a fraternidade, inclusive como clube de serviço, tanto quanto o Lions, que é de
1917, um pouco mais novo, mas também têm objetivos definidos de ética e de
fraternidade. Queremos dizer que os rotarianos já são circunscritos em
benemérito da sociedade porque, como disse muito bem o Fernando – permita-me
que eu te chame pelo prenome pela amizade que detemos – fundamentalmente,
quando referiste que não é hora de soberba, não é hora de regozijo exagerado,
nem de exaltações, mas sim o quanto ainda tem de ser feito como Rotary e outros
clubes de serviços prestam. Prestes a completar o seu centenário, instituído na
década de 30, no Brasil, o Rotary tem, aí sim, o orgulho de dizer, sem nenhuma
exaltação ou soberba, que cumpriu com o seu dever junto aos seus concidadãos,
cujos efeitos cada vez mais são relevantes. Os governos são refratários, tendo
verbas a menos, sempre com problemas sociais a mais neste País onde existe
ainda, em certos setores, muito subdesenvolvimento, e o Rotary, então, como
outros clubes de serviço, cumpre um papel relevante na sociedade.
Parabéns
a todos os rotarianos pelo seu dia e parabéns ao Rotary internacional, ao
Rotary brasileiro e ao Rotary gaúcho por terem cumprido, nesses 90 e tantos
anos, sendo quase centenário, com todos os seus deveres e com todas as suas
obrigações. Espero que continuem nesse caminho, que é o melhor para todos nós.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra pelo Partido Socialista Brasileiro, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Dr. Fernando Magnus, caríssimo Presidente
do Rotary Club Rodoviário; o sempre Ver. Artur Zanella e demais amigos dos
diversos clubes rotarianos que estão presentes aqui.
Parabenizo
o Rotary pela iniciativa de vir aqui nesta Casa e divulgar um pouco mais do seu
trabalho que é reconhecido por toda a sociedade. Muito se fala, nesses últimos
tempos, em voluntário, voluntariado, o Dia do Voluntário, e sabemos que, há
muitos e muitos anos, o Rotary, como clube de serviço, faz isso. A importância
de servir - e hoje foi muito bem lembrado aqui -, do servir não se preocupando
com a cobrança, mas sim de servir aos seus semelhantes. Eu sou testemunha desse
trabalho que o Rotary faz no seu dia-a-dia. Nós temos aqui dois Vereadores que
são rotarianos: Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn. Na semana passada, tivemos a
grata satisfação de sermos convidados pelo Ver. Artur Zanella, para participar
de um almoço no Rotary Clube Rodoviária, e só não estivemos presentes por causa
de um outro compromisso assumido já anteriormente, mas sabemos desse trabalho
que o Rotary faz em prol da sociedade, e isso é motivo de orgulho para todas
aquelas pessoas que, com compromissos grandes que têm dentro das suas agendas,
cidadãos com suas responsabilidades, conseguem, sim, um tempo para dedicar ao
próximo.
Parabéns
ao Rotary por essa sempre iniciativa de divulgar o bem não interessando a quem.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, meu caro Fernando,
rotarianas, rotarianos, em nome das Vereadoras e dos Vereadores da Bancada do
Partido dos Trabalhadores quero trazer a nossa saudação, dizer que é muito
importante que no início deste ano Legislativo, depois de termos comemorado ano
do voluntariado, tenhamos aqui a presença do Rotary, para marcar que
voluntariado não é apenas para a marcação de um dia, de um ano, de uma época, é
uma atividade permanente, porque nós encontramos irmãos, irmãs nossos com
grandes dificuldades e sabemos o quanto é importante esta atividade de um clube
de serviços como o Rotary, que desempenha um papel fundamental na nossa Cidade
e em várias regiões, e que tem trazido muitos benefícios para pessoas que têm
grandes necessidades, particularmente, pessoas com necessidades especiais,
pessoas que tem grandes dificuldades, principalmente no cuidado com a sua saúde
e seu bem-estar cotidiano. Além de tudo, o Rotary tem-se demonstrado também um
elemento importante de educação e de reeducação das pessoas, tanto para aqueles
que não necessitam trazendo novos e novos agregados e agregadas para uma
atividade de trabalho voluntário e aquelas outras pessoas que, pelo seu
trabalho, têm, muitas vezes, evoluído nas suas vidas e têm conquistado outros
benefícios que, se não fossem pela mão amiga, não teriam estas condições,
porque, muitas vezes, estão colocadas num processo de exclusão. Portanto, mais
uma vez a nossa saudação ao trabalho incansável das nossas rotarianas e
rotarianos e a nossa saudação especial alocução no dia de hoje. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Dr. Fernando Magnus, Srs.
Vereadores, Srs. rotarianos, rotarianas, e também aqui o ex-Vereador Artur
Zanela, que é o Presidente do Clube Rotariano Rodoviário. Queremos em nome do
Partido Trabalhista Brasileiro, trazer a nossa saudação a esta entidade que
dispensa encômios, porque em nosso País, e de resto no mundo, o Movimento
Rotário presta relevantíssimos serviços nos mais diferentes setores da
sociedade. Até poderemos aqui afirmar, sem sombra de dúvidas, que não
conhecemos uma ONG mais importante do que o Rotary, dado o seu porte
internacional, dada a sua atuação incisiva em nosso País e em Porto Alegre, que
leva campanhas dos mais diferentes setores, ajuda muito o Estado, o Estado
instituição, nas finalidades que ele, Estado, não alcança, e lá vai o Rotary
buscar exatamente implementar lacunas que a própria instituição pública deixa a
desejar.
É
um momento grande, um momento importante para a Câmara, quando esta tem a
oportunidade de saudar o Rotary, os rotarianos do Rio Grande do Sul, do Brasil
e, de resto, do mundo, pelo transcurso do seu aniversário. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, queríamos saudar o Dr. Fernando Magnus e todos os
rotarianos que estão presentes neste momento prestigiando esta Casa. Queremos
dizer que é uma satisfação poder compartilhar o respeito, a consideração e o
reconhecimento que nós temos pelo trabalho que os rotarianos têm desenvolvido
na nossa sociedade. Em um país como o nosso, onde o Poder Público não consegue
a solução dos problemas básicos da população, as iniciativas solidárias, as
iniciativas que são de resgate da cidadania, da dignidade das pessoas, ela tem
uma função fundamental para aquelas pessoas que são beneficiadas. E o Rotary
tem esse caráter pioneiro na sua atuação, um caráter de uma ação que procura a
construção de uma sociedade onde todos tenham acesso, onde a solidariedade é
uma constante no comportamento dos rotarianos e onde todos os rotaries, na
verdade, começam a demonstrar para a sociedade a importância de uma sociedade,
o que é consolidado através da durabilidade dessa entidade. Muitas entidades
surgem e vão embora. O Rotary tem uma história que se consolida na sociedade,
tendo em vista a importância da missão e o significado das ações que vocês
desenvolvem. Eu queria, através do Dr. Fernando Magnus, parabenizar a todos os
rotarianos que dedicam parte de sua vida a esta causa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores e, em especial, ao Dr. Fernando Magnus aqui representando todos os
rotarianos. É extremamente importante que esta Casa possa registrar o Dia do
Rotary, mas, principalmente, todas aquelas ações que, diuturnamente, o Rotary
está exercendo na sociedade brasileira e, principalmente, na sociedade
porto-alegrense.
Vejo,
com muita alegria, Dr. Fernando Magnus, entre as ações sociais desenvolvidas
pelo Rotary, a campanha da coleta de alimentos. E digo isso particularmente
porque esta Casa, no ano passado, aprovou um programa de recolhimento de
alimentos para sua posterior distribuição envolvendo o Executivo Municipal. Esse
Projeto foi de iniciativa deste Vereador, mas baseado no programa desenvolvido
pelo Rotary e pelas outras entidades que nós sabemos que tiveram origem no
banco alimentar, experiência rica desenvolvida na Europa, na França, Portugal,
Bélgica e outros países. Vejam bem, todo aquele esforço, toda aquela demora,
toda aquela dificuldade que o Poder Público tem em participar desse processo, o
Rotary já participava dando o exemplo.
Quero
colocar esse exemplo específico entre todas aquelas realizações, ações sociais
desenvolvidas pelo Rotary, como o senhor dizia em sua manifestação, envolvendo
hoje mais de setecentas instituições na participação e na distribuição desses
alimentos.
O
Rotary faz não só a sua parte, mas faz, também, a parte de outras instituições
que deveriam participar desse processo e não o fazem, e se o fazem é com muita
demora. Quero cumprimentar o Dr. Fernando Magnus e no seu nome todos os
rotarianos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar a nossa saudação ao Sr. Fernando Magnus, do Rotary Clube
Rodoviária, em nome de quem saúdo todas as lideranças dessa importante
entidade, aqui presentes.
Queríamos
parabenizar pelo esforço que a sua entidade desenvolve para enfrentar os
efeitos da injusta sociedade em que nós vivemos. Creio que em tempos de
indiferença, em tempos de individualismo, em tempos de apologia neoliberal da
desigualdade como condição de desenvolvimento da humanidade - com o que não
concordamos - é importante que o vosso trabalho se volte na busca de uma
sociedade mais fraterna, mais solidária, mais justa, sem guerras, sem exclusão
social. Acreditamos que esse trabalho - assim como o nosso - a partir de outros
pressupostos e por outros caminhos - pode ajudar a construir uma nova
sociedade, em que o homem deixe de ser o lobo do homem, em que o
desenvolvimento de cada um não se dê necessariamente em cima do “esmagamento”
dos demais; creio que estas são questões que nos unem neste momento. Parabéns,
e bom trabalho. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: (José Fortunati) Queremos, em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre, agradecer por sua presença aqui, ao Sr. Fernando Magnus, que
muito bem representa todos os rotaris; dizer-lhe da nossa satisfação em
recebê-lo e que, com toda a certeza, esta Câmara continuará mantendo parceria,
uma parceria importante com esse trabalho, que certamente a todos nos alegra e
a todos sensibiliza.
Estão
suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h56min.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol -
14h59min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
0422/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/02, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título honorífico
de "Cidadão Integração de Porto Alegre" ao Cônsul Geral do Uruguai
para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Dr. Oscar Miguel
Demaria Ferrai, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
4448/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 290/01, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
autoriza o Executivo Municipal a permitir a limpeza e manutenção das
bocas-de-lobo existentes no Município de Porto Alegre por empresa especializada
no ramo, mediante permuta por propaganda nas tampas.
PROC.
3880/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 260/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
institui a Feira de Artesanato e Artes Plásticas do Parque Saint-Hilaire, no
Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.
PROC.
4652/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 038/01, que cria cargos de provimento efetivo na
Administração Centralizada do Município, e dá outras providências.
PROC.
0327/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
denomina Praça Nina Rosa Calegari um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Rio Branco.
PROC.
0065/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 005/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Eliseu Gomes
Torres.
PROC.
0295/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 013/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Rua Pedro Augusto Felden um logradouro não-cadastrado, localizado na
Estrada Costa Gama.
PROC.
0145/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 007/02, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Gabriel Franco da Luz um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Sarandi.
PROC.
0200/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 010/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Walther Schneider um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Restinga.
PROC.
4567/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 037/01, que autoriza a permuta de dois terrenos
de propriedade da Empresa Sudeste Transportes Coletivos Ltda. por área de
propriedade do Município e dá outras providências.
PROC.
4595/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 297/01, de autoria do Ver. Valdir Caetano, que
regulamenta a instalação de controladores eletrônicos de velocidade no
Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
gostaria de discutir o Projeto que está na 3ª Sessão de Pauta no dia de hoje,
do Ver. Luiz Braz, que permite a limpeza e a manutenção das bocas-de-lobo
existentes no Município de Porto Alegre por empresa especializada no ramo,
mediante permuta de propaganda nas tampas. É um belo dia para discutir esse
tema, porque hoje também está na Ordem do Dia - e nós vamos mantê-lo - o Veto
Total ao PLL n.º 060/01, que discute essa questão da publicidade ao ar livre. O
Ver. Luiz Braz quer que empresas especializadas em limpeza de bocas-de-lobos
façam esse serviço, que deve ser um serviço público, na minha ótica, mediante
troca de publicidade. Acredito que não vai funcionar, Ver. Luiz Braz. O que tem
que funcionar, além do serviço público que temos que prestar, enquanto
municipalidade, é um forte processo de educação e de reeducação da nossa
comunidade. Eu já vi carros de luxo circulando na Cidade e, dele, pessoas
jogando uma lata fora, um saco fora. Nós vemos que, muitas vezes, as bocas-de-lobo
estão tapadas de garrafas pet, de
sacos plásticos e de lixo que as pessoas jogam nas ruas. Nós temos que ver um
trabalho nesse sentido, Ver. Luiz Braz; creio que seria mais eficaz.
O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, eu acredito que essa afirmação de V. Ex.ª seja
realmente uma parte da verdade. Existe realmente a necessidade de se fazer uma
grande campanha para que o nosso povo mantenha as bocas-de-lobo limpas. Mas
também existe uma verdade, Ver. Adeli Sell, que é o fato de, em alguns casos,
em dez anos ou mais, essas bocas-de-lobo não receberem limpeza. Então, sem
manutenção, nós temos esse esgoto totalmente entupido. Ora, essas empresas se
dispõem, sem gasto nenhum para o Município, a fazer essa manutenção. Eu
acredito que é uma sugestão, pelo menos, para aliviar o sofrimento de muitas e
muitas famílias que padecem com os alagamentos toda vez que chove.
O SR. ADELI SELL: Eu gostaria inclusive que nós pudéssemos
debater não só aqui, porque hoje é a última Sessão aqui, mas nas Comissões –
pelo menos quando passar na minha Comissão; eu gostaria de combinar com V. Ex.ª
que as empresas especializadas nesse ramo nos viessem colocar como funcionaria
exatamente isso, porque V. Ex.ª sabe que eu sou um crítico contundente da
questão da poluição visual na nossa Cidade. Acho que já há publicidade demais,
está virando uma barafunda – V. Ex.ª é comunicador e sabe disso.
O Sr. Luiz Braz: Concordo. É um trato que faço com V.
Excelência. Quando for discutido na Comissão de V. Ex.ª, eu faço questão de
intermediar a vinda de empresas aqui, para poder discutir com V. Excelência.
O SR. ADELI SELL: Perfeito, já que a nossa Comissão é uma
Comissão de Economia, portanto trata da questão econômica, eu proponho que
façamos esse debate. Não é uma visão sectária minha: porque alguém apresenta um
projeto e eu não gosto, vou necessariamente me manifestar contra. Inclusive eu
estou fazendo esta manifestação para instigar o Ver. Luiz Braz a fazer esse
movimento, a nos apresentar concretamente como seria. Além disso que pode ser
discutido - talvez até seja aprovado -, eu gostaria de discutir mais este ano -
pretendo fazer isso; tenho uma parceria também com o Ver. Beto Moesch nessa
questão - um processo educativo, para que as pessoas não larguem o lixo na rua,
para evitar o entupimento das bocas-de-lobo. Eu tenho visto também mananciais
d’água cheios de sujeira, o que é sinal evidente de que as pessoas estão
colocando lixo em lugares indevidos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje
vou comentar dois projetos de lei cujos autores, nas suas exposições de motivos,
dizem que são dois projetos simples. O Ver. Luiz Braz diz que “o projeto é
simples, mas direto e necessário. Portanto, confiando no apoio dos nobres Pares
desta Casa, esperamos ver o presente Projeto transformado em lei, cujo objeto é
a melhora das condições de vida da nossa população.” Ao mesmo tempo em que diz
que “existem oitenta empresas desentupidoras na Cidade e que, com muita
certeza, se proporiam a efetivar o serviço em troca de publicidade.”
Portanto,
o que ele pretende é “autorizar o Executivo Municipal a permitir a limpeza e a
manutenção das bocas-de-lobo existentes no Município de Porto Alegre, por
empresas especializadas no ramo, mediante permuta por propaganda nas tampas.”
Ver. Luiz Braz, difícil mesmo é construir o simples. É tão difícil que eu, na
segunda-feira, ouvi aqui debaterem, e da tampa passaram para o poço de visita,
misturando uma coisa com a outra. Realmente, o que V. Ex.ª deseja é simples.
Não acredito que uma empresa desentupidora, em troca de publicidade, faça a
limpeza do poço de visita. Mas pode ser uma fonte de receita e, mais do que uma
fonte de receita, uma fonte de educação para o povo, dizendo para não sujar
para que não alague e depois passar trabalho com isso. Eu o cumprimento pelo
Projeto, que talvez possa ser melhorado. E se V. Ex.ª colocou o Projeto não foi
para dizer que se quer assim. Não, “eu quero que seja estudado”, e por isso eu
o cumprimento. Na verdade, o dinheiro necessário para resolver os problemas com
alagamentos está aplicado no sistema financeiro a 1% ou a 1,2%, e não no DEP.
Então, medidas como essas ajudam a resolver, e realmente são simples. Por isso
não são entendidas.
O
Ver. Valdir Caetano deseja que se regulamente a instalação de controladores
eletrônicos de velocidade no Município de Porto Alegre. Ele está contra os
passarinhos, os pardais, que são
muito gananciosos. O pardal é um
pássaro que destrói uma lavoura com muita facilidade. É um pássaro muito
aguerrido; é um predador. Nas lavouras que eu via, quando morava lá em Caxias,
aquele pessoal que tinha a sua hortinha tinha pavor do pardal. O Vereador diz aqui: “A sanção ou punição deve ser a
exceção e não a regra. Por isso não se deve buscar, com a sinalização, punir
alguém, mas, sim, normatizar condutas”... “O Projeto de Lei, que ora apresento,
procura consertar a visão equivocada das autoridades municipais de trânsito
nesse particular, restituindo a função educadora que deve ter a sinalização de
trânsito, enquadrando-a, assim, na norma federal”. Se hoje eu disser que estou
de acordo com isso poderiam pensar: “Hoje ele está de acordo”. Não, em 1966 eu
apresentava no I Congresso Estadual de Transporte Coletivo Urbano, realizado em
Porto Alegre, um trabalho em que eu falava em estatística, planejamento e
fiscalização, e dizia da importância da fiscalização não para punir, mas para
orientar e fazer fluir o trânsito.
O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) No início da sua
locução, V. Ex.ª fez referência, sem me citar, de uma eventual confusão que eu
teria feito entre caixa de visita e tampa de inspeção das bocas-de-lobo. Eu
posso ter confundido uma coisa com a outra, mas toda boca-de-lobo tem uma tampa
de inspeção para poder fazer a limpeza, porque o espelho que recolhe a água
está na sarjeta do meio-fio. Então, eu queria lhe colocar esse aspecto, e
também, sei que V. Ex.ª não vai ter tempo, numa próxima oportunidade, vou-lhe
falar um pouco sobre o pardal, essa
ave a que V. Ex.ª se referiu como um predador. Eu gostaria de fazer uma
referência sobre essa ave urbana.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato a V. Ex.ª pelo aparte, em
momento nenhum eu disse que havia confusão no sentido de não saber o que era um
ou o que era o outro. É claro que não existe poço de visita sem tampa!
Para
concluir, Sr. Presidente, nós temos, em mãos, o número de servidores da EPTC:
seiscentos e vinte e oito concursados, cento e nove cargos em comissão. É um
bocado de gente, daria para orientar melhor, sem dúvida nenhuma, o nosso
trânsito, fazer com que ele fluísse com segurança e não apenas como uma máquina
de arrecadar. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, é evidente, Sr. Presidente, que nós percebemos o
desespero do Ver. Luiz Braz, quando propõe o Projeto de Lei que autoriza o
Executivo Municipal a permitir a limpeza e a manutenção das bocas-de-lobo
existentes no Município de Porto Alegre por empresa especializada no ramo
mediante permuta por propaganda nas tampas.
Nós
entendemos perfeitamente bem o que passa pela cabeça do Ver. Luiz Braz nessa
hora que ele faz essa proposta. O Vereador, como qualquer morador desta cidade
de Porto Alegre, responsável, está desesperado com os alagamentos que ocorrem
nesta Cidade, que nos colocam numa situação de verdadeiro flagelo, em qualquer
incidência pluviométrica de maior intensidade.
Então,
Ver. Luiz Braz, eu percebo que V. Ex.ª já não mais acredita nas providências
que eventualmente pudessem ser tomadas pela Administração Municipal, porque nós
vivemos um período de grandes anúncios, propagandeados pela mídia escrita,
radiofonizada e televisada de que o assunto estaria em vias de ser solucionado
e, no mínimo, consideravelmente, amenizado. O que observamos nas últimas
enxurradas é que está longe de ser debelada a situação ali existente, nós vimos
acrescido o problema ali localizado e por aí se vai. Lá na Av. Goethe é aquele
martírio que todos conhecem. O Ver. Beto Moesch, por esses dias, discutia se
deveriam cortar ou não as árvores para fazer o alargamento da Av. Goethe. Vejam
bem, vamos discutir alargamento de uma via que deve ser considerada via
navegável até, porque basta chover para ela ficar interrompida. Vamos aumentar
a caixa da pista de rolamento para dar mais fluidez a que trânsito? Se ali
quando chove não tem trânsito nenhum? Tem é estagnação, tem é confusão
generalizada em face do programa que ali se repete permanentemente.
Então,
Ver. Luiz Braz, percebo que V. Ex.ª está num desespero. Então, vamos tentar
envolver as empresas privadas especializadas no ramo porque o Governo já
declarou a sua incompetência, não consegue melhorar a rede de esgoto na cidade
de Porto Alegre.
O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, agradeço a V. Ex.ª pelo aparte. É que há
tanto tempo a população espera por uma solução, que é exatamente a conservação
e a limpeza dessa rede, e V. Ex.ª sabe que alguns trechos, há muitos anos, não
recebem a visita dos funcionários do DEP. Por isso eu acredito que esse Projeto
vai, pelo menos, minimizar o problema. Não soluciona o problema, é claro, mas
irá aliviar bastante o drama das famílias.
O SR. REGINALDO PUJOL: Não seja tão modesto com o seu Projeto,
não é um projetinho pequeno, não; é uma declaração de intenção objetiva,
concreta, formal e, sobretudo, plasmada num Projeto de Lei. Vamos buscar
auxílio. Porto Alegre está pedindo socorro. Eu pensei que aquelas faixas tinham
a ver com o assunto que nós estávamos tratando, mas é com relação a outro
assunto. Mas V. Ex.ª me honra com o aparte.
O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu sei que o seu tempo é escasso, mas eu queria lhe dizer que a
proposição do Ver. Luiz Braz, embora o mérito da sua preocupação, não dá a
solução para as questões da Goethe. As questões da Goethe são resolvidas com os
canais da Álvaro Chaves e Polônia e com o alargamento daquele conduto, cujo
recurso o Governo Federal não nos permitiu, através do COFIEX e do Senado, para
a liberação do problema do BID, que eram duzentos milhões e nós só conseguimos
cento e cinqüenta milhões. Eu agradeço muito a V. Ex.ª pelo aparte, Vereador.
O SR. REGINALDO PUJOL: Fazia tempo que eu não via V. Ex.ª se justificar
com o Governo Federal. Desde que V. Ex.ª se envolveu nas prévias do PT
esqueceu-se um pouco do Governo Federal, mas, voltou; o vezo é permanente,
voltou. Quer dizer, Ver. Isaac Ainhorn, o problema ali da Goethe, avisem lá o
pessoal do Bairro Rio Branco, é do Governo Federal, não é do Município de Porto
Alegre. A Goethe não está no mapa de Porto Alegre, nada a ver, não tem nenhum
problema. Aliás, Porto Alegre... O próprio Prefeito dizia, esses dias, que não
sabia se precisava de 9 milhões, 20 milhões ou 30 milhões para fazer as obras
que o Ver. Estilac Xavier aqui referiu. E se o Governo quiser recurso para essa
finalidade e tiver que se comprometer a enfrentar o assunto de forma objetiva,
eu sou um que estou à disposição do Governo para discutir um modo de encontrar
uma solução. E não só eu, toda esta Casa, com certeza, Sr. Presidente!
Vou
concluir, dizendo que toda esta Casa – como sempre – não haveria de faltar ao
Executivo Municipal. É que, pelo visto, não está preocupado com a Av. Goethe,
está preocupado com outras questões, politicamente, mais objetivas, que ele vem
tratando. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
efetivamente, o Projeto do Ver. Luiz Braz está em grande pauta, porque é uma
idéia importante para a nossa Capital. Não sei se vai ser prática, não sei se
vai ser factível, mas que é uma idéia importante para a Capital é, sem dúvida.
Falava-me o Ver. Elói Guimarães que eu, efetivamente, tenho o maior contato em
Porto Alegre com as bocas-de-lobo. Efetivamente, tenho. Ontem, estive no Jardim
Leopoldina, Ver. Luiz Braz, na divisa do Jardim Leopoldina II e a Chácara da Fumaça,
e lá encontrei uma boca-de-lobo - até peço que, se possível, a TV Câmara foque
a fotografia -, mas tive que procurar a boca-de-lobo e coloquei um pedaço de
madeira para que ela fosse indicada, porque senão o pessoal do DEP não iria
encontrá-la, porque ela está tomada de mato, de vegetação, de grama. Está aqui.
(Mostra a foto.) É impressionante senhoras e senhores. Depois eu passo,
Vereador, com muito prazer, para V. Ex.ª olhar, porque a própria rua está
tomada por vegetação.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu quero cumprimentar V. Ex.ª por esse trabalho de
garimpagem, nem precisa mais fazer garimpagem, porque está identificado em tudo
que é lugar o problema das bocas-de-lobo na Cidade. Aliás, eu recomendo que V.
Ex.ª faça uma reunião com a Comissão de Urbanização Transporte e Habitação da
Casa, porque ela tem de tomar posição, ela não pode ficar omissa frente à
questão das bocas-de-lobo. Isso é com a Comissão de Habitação e Urbanização da
Cidade, porque esse é um problema de urbanismo gravíssimo, sobre o qual a
Prefeitura se omite. Vereador, certamente não vão lhe mandar para o Orçamento
Participativo, não é?
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Vereador. Eu também ontem
estive, na mesma viagem, na Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, e lá
encontrei, como diz o Ver. Adeli Sell, lixo em plena avenida. Lixo que vai para
as bocas-de-lobo entupir a rede e não só a boca-de-lobo, entope toda a rede. E
também ontem o pessoal do meu gabinete esteve no Bairro Navegantes. E o pessoal
já disse: “Não adianta mais só limpar a boca-de-lobo, tem que limpar a rede
toda, porque a rede está entupida.” O Ver. João Bosco Vaz recorda-me da
importância do DMLU. Muito bem, Vereador, eu lhe agradeço a lembrança, que ia
me passar despercebida. Eu fico triste com o DMLU, pela sua cabeça dura. Nós
damos sugestões: o pessoal põe lixo aqui, então coloquem um contêiner; comecem
a educação do povo colocando um contêiner ali, que pode ser retirado e
recolocado.
Domingo
estive na Restinga, que é a base eleitoral do Ver. Reginaldo Pujol, a Restinga
ama V. Ex.ª, Vereador, e, quanto à esquina do Barro Vermelho, já solicitei há
mais de ano a colocação de um contêiner para recolher o lixo naquela esquina. A
cabeça-dura do DMLU não coloca o contêiner. No fórum do abandono, no Jardim do
Salso, lá defronte o Colégio Léa Rosa Brum, já foi pedido mais de cinco vezes
para que fosse colocado um contêiner lá, que pode ser substituído. Também lá no
Passo das Pedras II é uma tristeza o lixo depositado; o pessoal não tem nem
condições de ir ao supermercado para receber um saquinho plástico para colocar
o lixo – colocam o lixo com a mão nos terrenos baldios. Coloquem contêineres
que eles serão bem orientados. É uma pena. Também estive na Rua Zilá Tota, onde
também há lixo depositado. Querem fazer uma homenagem a uma educadora emérita
do Rio Grande do Sul com a sua rua coberta de lixo? Será que esta Cidade está
mesmo abandonada? Pelo jeito. Realmente o fórum do abandono não é só no Jardim
do Salso, mas em toda a Cidade. Portanto, o Projeto do Ver. Luiz Braz merece
uma atenção, já que é uma alternativa.
O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Embora a intenção seja boa, mas na medida em que V. Ex.ª traz as
fotografias, reduz a dimensão do problema de Porto Alegre, porque não é preciso
trazer fotografias; a Cidade está enfestada de carências nesse setor. É
impressionante a Zona Norte de Porto Alegre e, de resto, a Zona Sul. A intenção
de V. Ex.ª é boa, mas, aparentemente, parece que é só ali naquela foto, é lá,
acolá. Mas é a Cidade que está em uma situação extremamente precária.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Mas, Vereador, eu trago as fotografias
para que o Sr. Prefeito veja o que acontece na sua Cidade, porque ele está
muito ocupado com a sua campanha para outro cargo e esquece do seu compromisso
com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
trago à discussão da Pauta um projeto apresentado pelo nobre Ver. Valdir
Caetano, que é de suma importância para os porto-alegrenses. Primeiro, quero
dizer que esse Projeto de Lei regulamenta a instalação de controladores
eletrônicos de velocidade no Município de Porto Alegre. Antes de mais nada, eu
gostaria de me referir à grande atuação que tem tido nessa área o Ver. Fernando
Záchia, que, há muito tempo e com grande lucidez, vem apontando erros,
defeitos, vem insurgindo-se contra o caráter não de educação do trânsito, mas,
simplesmente, de buscar recursos, ou seja, um nítido caráter arrecadatório.
O
Ver. Valdir Caetano diz, no art. 1.º, que o controle de velocidade nos limites
permitidos pelo Código de Trânsito Brasileiro no Município de Porto Alegre será
feito quando, com equipamentos fixos, somente por meio de controladores
eletrônicos tipo lombada eletrônica. Ele quer dizer que se essa lei for
aprovada, está proibido, no Município de Porto Alegre, novas instalações de pardais, caetanos e outros. Refere, no art. 2.º, o Ver. Valdir Caetano que a
sinalização dos controladores eletrônicos será feita na conformidade da
Resolução n.º 79, de novembro de 98, Conselho Nacional de Trânsito. Eu mandei
buscar na Biblioteca, aliás, este Projeto deveria já trazer as duas resoluções,
a Resolução do CONTRAN n.º 79, a qual o Vereador se refere no seu Projeto, e a
Resolução n.º 23, de maio de 98, que também trata do assunto. Essa resolução
fala, fundamentalmente, no § 3.º do art. 1.º, que poderá ser utilizada a
sinalização educativa, prevista no item 1.3, do anexo 2.º, do Código de
Trânsito Brasileiro, com fundo branco, orla preta e legendas pretas, conforme o
modelo B do anexo único dessa Resolução. Nisso o Ver. Valdir Caetano tem toda a
razão, porque nós muitas vezes falamos sobre essa situação; na verdade, o
Código de Trânsito Brasileiro, desde a sua instituição, prevê a educação do
trânsito, fundamentalmente anterior à questão de pardal, multas para a população. Em Porto Alegre, nós já falamos
isso outras vezes da tribuna, nunca houve uma placa, um indicativo, um panfleto
- e a Prefeitura gosta de panfletos, e o PT ama panfletear documentos para a
população -, nunca houve um documento de esclarecimento a respeito de educação
de trânsito. É claro que, hoje, tendo uma arrecadação bilionária, é evidente
que foi anunciado, com grande estardalhaço,
que haverá novos pardais, novos
arrecadadores no trânsito de Porto Alegre.
Eu
creio que o Ver. Valdir Caetano traz uma matéria muito importante, e eu,
particularmente, apóio integralmente essa situação. É claro que não estou
discutindo aqui – e o farei na Comissão de Justiça com os meus Pares - sobre a
questão da constitucionalidade do Projeto. Essa é uma questão que vai ser
tratada pelo fórum de direito, que é a Comissão de Justiça desta Casa. Agora, o
mérito da matéria é indiscutível; aliás, não é só aqui não, em outras capitais
isso ocorre também, como a CPMF que era contribuição provisória e agora foi
prorrogada, com o voto do PT de olho na presidência e na arrecadação da CPMF,
que, só no ano passado, deu 17 bilhões, e está previsto, para o ano de 2003, o
valor de 19 bilhões de reais. Quem é que vai desprezar? Só o PDT é que votou
contrário lá, mas o PT votou favorável à prorrogação. O PC do B votou
contrário. Parabenizo o PC do B.
O
Projeto do Ver. Valdir Caetano é bom, porque é uma maneira de esta Câmara
representar os interesses da população de Porto Alegre no sentido de que não se
pode aumentar, indiscriminadamente, pardais,
caetanos, etc., sopesando a lista de
tributos que já vai a 34 do PIB brasileiro que recai nos porto-alegrenses.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): É uma Questão de Ordem que se fundamenta
nos artigos 193 e 194 do Regimento.
Sr.
Presidente, está sendo encaminhado às diversas Bancadas com assento nesta Casa
o Proc. n.º 635/02, objetivando que essas façam indicações de seus
representantes para uma CPI que foi requerida e que tem como primeiro autor o
nobre Ver. Nereu D’Avila, sendo subscrita por outros Vereadores também.
Acontece que, inclusive por determinação de S. Ex.ª o Ver. Reginaldo Pujol, o
qual agora preside a Sessão, nós fizemos, por escrito, um recurso a esse
Requerimento colocado pelo Ver. Nereu D’Avila, inicialmente pedindo que fosse
encaminhado à apreciação à Procuradoria da Casa, uma vez que os novos fatos ali
elencados confundiam-se com uma CPI que está sub judice e, portanto, não poderia possibilitar a instalação da
CPI, a nosso juízo. Houve já o Parecer da Procuradoria, eu tive, de forma
informal, esta informação e já o li inclusive, mas a Mesa ainda não se
pronunciou relativamente ao nosso questionamento, ou seja, se ela defere a
instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, de acordo com o requerido pelo
Ver. Nereu D’Avila, ou se atende o nosso Requerimento. Claro que,
provavelmente, a Mesa Diretora vai receber o Parecer da Procuradoria e eu até
entendo, só que, quando a Mesa proclamar esta posição baseando-se no Parecer
louvável, mas com o qual nos resignamos, da Procuradoria, nós vamos propor que
esta matéria seja apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça. Isso
posto, Sr. Presidente, eu requeiro que V. Ex.ª determine a imediata suspensão e
recolhimento junto às Bancadas desse processo indevidamente encaminhado para a
coleta dos membros de cada Comissão, pelas razões que eu expus e que V. Ex.ª
fraternalmente possibilitou-me que eu o fizesse com toda a tranqüilidade. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Acolho o Requerimento de V. Excelência.
Vou me informar da situação e logo em seguida decidirei sobre ele.
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, em relação a essa matéria
suscitada pelo Ver. Juarez Pinheiro, eu gostaria de requerer à Mesa que
procedesse imediata leitura para conhecimento dos Srs. Vereadores dos dois
Pareceres da Procuradoria: um, em relação ao que o Ver. Juarez Pinheiro
suscitou, e outro em relação à questão de fundo da CPI. Como não foi realmente
dado conhecimento à Casa desses Pareceres, para as Lideranças designarem a nova
CPI, eu requeiro que seja esclarecido, porque, antes do conhecimento desses
Pareceres, é impertinente qualquer recurso à Comissão de Justiça, porque não há
o que recorrer.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Aos Srs. Vereadores Juarez Pinheiro e
Nereu D’Avila: vou consultar a Diretoria Legislativa para saber da situação
desses expedientes para, logo a seguir, tomarmos uma deliberação sobre eles.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria que V. Ex.ª
autorizasse, excepcionalmente, agora, porque está muito calor, e o ar não está
funcionando bem, que os Vereadores, nesta tarde, apenas em Plenário e não na
tribuna, pudessem tirar o casaco.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Plenário é absolutamente competente para
deliberar sobre essa matéria. Se não houver nenhuma restrição, eu,
particularmente, não advertirei, enquanto Presidente dos trabalhos, ninguém que
eventualmente esteja sem o paletó nesta hora.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, especialmente público que nos honra com a
presença nas galerias da Câmara. Nós, ontem, tivemos uma boa reunião na
Comissão de Economia, Finanças e Mercosul da Casa, dando continuidade a uma
reunião que havia iniciado na sexta-feira, com a presença da Direção do DMAE,
e, após aquela reunião, os Vereadores deliberaram que esse é um assunto que não
está, ainda, por total esclarecido e que era oportuno que a Comissão de Economia
pudesse ouvir os senhores conselheiros do DMAE referentemente ao aumento, ao
realinhamento - como quer dizer o Governo Municipal - das tarifas de água e de
esgoto da Cidade. Lá estiveram os Vereadores da Comissão, Vereadores João
Antonio Dib, Carlos Alberto Garcia, João Carlos Nedel, Adeli Sell e por lá
também passaram outros Vereadores como o Líder do Governo, Ver. Estilac Xavier,
entre tantos outros Vereadores, nesse debate extremamente importante para a
Cidade. E nós queremos aqui ratificar da tribuna aquilo que temos dito. Esse
aumento, na nossa avaliação, é extemporâneo e é muito injusto para os
trabalhadores desta Cidade, porque não existe nenhuma categoria, seja a dos
servidores públicos nos três níveis, federal, estadual e municipal, ou da iniciativa
privada, que tenha recebido mais do que 10% de reposição salarial, Ver. Isaac
Ainhorn, nesse último ano. O DMAE fez este reajuste, porque a lei assim
garante, esta reposição, durante todo o ano, chegando a casa de dez e pouco
pelo IGPM. E agora o DMAE pede mais 17% além do 10% que ele praticou. Este
aumento é injusto, escorchante e ilegal. Ele é injusto porque, evidentemente,
ultrapassa a barreira, distanciadamente, das reposições salariais. E ele é
ilegal porque a lei não autoriza o Sr. Prefeito a aumentar além da inflação.
Porque a Lei n.º 250, estabelece que somente ao Prefeito é possível fazer
reposição de acordo com os índices inflacionários. Diz o seguinte: “Está
autorizado a repor”. Ora, se o Prefeito quer ter uma outra lógica, ele deve
submeter isso à Casa do Povo, à Casa Legislativa. Ele não pode fazer por
decreto. Este Governo é um governo que, no discurso, critica violentamente as
medidas provisórias, e eu também subscrevo todas essas críticas que ele faz ao
Governo do Fernando Henrique Cardoso. Eu quero dizer que o Governo do Tarso F.
H. Genro governa da mesma forma que o Presidente da República, governa por
decreto. É tarifa de ônibus por decreto, é suplementação de verba por decreto,
é tarifaço de água por decreto. Não, Vereador Líder do Governo! Esta Câmara
sempre foi sensível quando o interesse público está em jogo. Nós ouvimos várias
opiniões e, entre uma delas, o representante da FIERGS deu uma bela
contribuição que pode até ser uma proposta intermediária. Quem sabe, já que
precisam de investimentos, não seja 17, mas 10, que é a média da inflação,
antecipar aquilo que poderia ser mensal. É um debate a ser feito. Agora, quando
o administrador do DMAE vem a esta Casa, Ver. Nereu D Ávila, dizer no
Plenarinho - quem esta dizendo isso é o Sr. Carlos Todeschini - que 60% está
sendo gasto com pessoal, nós não podemos dizer amém a um aumento de 17% sem
saber o que aconteceu com a folha de pagamento, até porque a Lei que criou o
DMAE é de uma clareza meridiana, ela diz que as tarifas devem ser apreciadas
pelo Conselho Deliberativo, mas diz que o plano de carreira também deve ser
apreciado. E aí eu perguntei ao Superintendente: “Os senhores submeteram o
aumento da tarifa ao Conselho Deliberativo? Mas os senhores submeteram a
readequação do DMAE, do seu plano de carreira?” Até porque, se eu não estou
enganado, nos últimos cinco anos e nos últimos dez anos, uma das autarquias que
mais tem terceirizado serviço, Ver. Nereu D’Avila, é o DMAE. Mas que lógica é
essa em que eu terceirizo cada vez mais o serviço e tenho uma folha de
pagamento cada vez maior? Será que os CCs de cinco anos atrás são os mesmos CCs
de agora? Será que as FGs de antes são as mesmas de agora? Será que os cargos
de confiança não aumentaram? Será que não poderiam cortar a gordura e adequarem-se
a um aumento menor em relação à diminuição? Aí vem dizer o administrador: “Não,
mas a Lei de Responsabilidade Fiscal exige”, como fácil seria para os Prefeitos
deste Brasil inteiro, para adequarem-se à Lei de Responsabilidade Fiscal,
usarem da caneta e dizer que vão aumentar impostos. Não é isso que a Lei de
Responsabilidade Fiscal diz. Diz que não pode haver gestão irresponsável, e a
gestão responsável começa justamente por cortar aquilo que tem de ser cortado.
Então
por isso, Ver. João Antonio Dib, estamos juntos nesta peleia, estamos junto com
outros Vereadores. Ou o Prefeito recua e manda para a Câmara, ou à Comissão de
Finanças e Orçamento, ou este Vereador, junto com outros Vereadores, ou esta
Casa vai para a Justiça dizer um “basta” a estes aumentos.
Portanto,
nós fazemos um apelo aqui para que o Sr. Prefeito revise, mande para esta Casa,
esta Casa vai ser sensível para aprofundar e analisar. Mas fique claro que nós
- e esta não é uma posição pessoal, porque sei que é uma posição de vários Vereadores
-, se necessário for, vamos buscar, de forma democrática, a prestação
jurisdicional, na defesa inarredável da cidadania. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste
momento, quero fazer desta tribuna um apelo à Bancada do Partido dos
Trabalhadores, à Bancada da Frente Popular e ao Prefeito desta Cidade, se ainda
está em Porto Alegre: não sancionem o Decreto majorando as tarifas d’água,
porque não é correto, não é legal, não é sério. Eu já disse, no dia 30 de
janeiro, nesta tribuna, que eu não queria advertir o Prefeito Tarso Fernando,
eu já o adverti uma vez, mas por outra coisa, não queria adverti-lo da mesma
forma como foi advertido o Prefeito Olívio Dutra por aumentar as tarifas acima
do que permite a Lei Complementar n.º 250, não queria fazê-lo. O ex-Prefeito
Olívio Dutra aumentou as tarifas além do IGPM, e esta Câmara lhe fez uma
advertência pública e ele não gemeu, não reclamou, não disse nada, mas desfez o
acréscimo que havia acima do IGPM. No dia 30, fiz contato com o Diretor do DMAE
e lhe disse que não entendia por que estavam tentando fazer um acréscimo de 17,97.
Ele me disse que era uma Medida Provisória, eu mandei pesquisar e não existia a
Medida Provisória. Depois me disseram que a Lei n.º 2.312, que é a Lei que
criou o DMAE, diz que o DMAE deve aplicar no mínino 25% das suas receitas
correntes em investimentos. No passado sempre fez, não sei agora como está. Mas
mesma Lei n.º 2.312 diz que a composição tarifária se faz a partir de salários,
investimentos e mão-de-obra. A mesma Lei n.º 2.312 diz que, para o plano de
carreira dos funcionários e as alterações que devam ocorrer, deve ser aprovada
a política geral de pessoal pelo Conselho Deliberativo. Não foi enviado nada ao
Conselho Deliberativo. Portanto, não queira o Prefeito se amparar numa lei que
diz que deve ser 25% da receita corrente gasto em investimentos. Não, não pode!
Aí me disseram que a Medida Provisória se transformou na Lei n.º 10.192. Eu fui
buscar a Lei Federal n.º 10.192 e é brincadeira do DMAE dizer para os
Vereadores desta Casa que esta Lei diria qualquer coisa de tarifas. Esta Lei
regula reajuste de contratos. (Lê.) “É admitida a estipulação da correção
monetária ou de reajuste por índices de preços gerais setoriais ou que reflitam
a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de
prazo de duração igual ou superior a um ano.” Não tem nada que ver com tarifa
do DMAE! Nada, absolutamente nada! Agora, a Lei Municipal é clara, precisa e
concisa. (Lê.) “A fixação do preço básico terá como parâmetro para o seu
reajustamento.” Quer dizer, esse preço básico já está fixado? Ninguém tem
dúvida disso; já está fixado! O preço básico está fixado. Parâmetro para
reajustamento: o Índice Geral de Preços de Mercado da Fundação Getúlio Vargas,
aplicado mensalmente aos valores vigentes, a partir dessa Lei. E todos os
Prefeitos sempre fizeram isso! (Lê.) “A aplicação do IGPM terá início a partir
do mês de maio de 91”. Para mudar as regras, tem de mudar a Lei, que é Lei
Complementar e isso o DMAE não pretendeu, não apresentou, não fez.
Então,
eu estou apelando para o bom senso da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
estou apelando para o Prefeito Tarso Genro: não edite o Decreto no dia 1.º,
porque disse aqui o Presidente da Comissão de Finanças, Ver. Sebastião Melo,
que vai à Justiça. Nós já estamos estudando como entraremos na Justiça contra o
Prefeito. O Prefeito tem viajado muito, tem disputado a sua candidatura ao
Governo do Estado e talvez esteja mal-informado, mas nós estamos estudando. E
se a Casa, no seu todo, não entrar na Justiça, se a Comissão de Finanças não
entrar, a minha Bancada vai entrar. Ou então entro sozinho na Justiça contra um
aumento que é irregular, que é ilegal, que contraria tudo aquilo que está
escrito na lei. E o DMAE, como toda a Prefeitura, só diz: “É lei da Câmara.”
Quando eles agridem com o IPTU, com qualquer outra coisa, é lei da Câmara.
Esquecem de dizer que eles mandaram, nós analisamos, aprovamos, modificamos ou
não. Portanto, mais uma vez, apelo para o bom senso; espero que exista. Saúde e
paz! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em função de requerimentos anteriormente
apresentados à Mesa quero informar que os processos que tratam,
respectivamente, do Parecer da Procuradoria da Casa ao Requerimento n.º 023/02,
Processo n.º 635/02, que solicita instalação de nova CPI para investigar o
Departamento Municipal de Habitação, firmado por vários Vereadores,
especialmente pelo Ver. Juarez Pinheiro, foi analisado pela Procuradoria da
Casa, que entendeu de indeferir o requerido. Fato esse que está sendo formalmente
comunicado ao primeiro signatário, Ver. Juarez Pinheiro, que ainda não tinha
tomado conhecimento oficial da decisão da Procuradoria. Aliás, vou solicitar
que formalmente se encaminhe ao Ver. Juarez Pinheiro com cópia do Parecer e que
este mesmo Parecer também seja distribuído, por cópia, a todas as Lideranças da
Casa.
Por
outro lado, informo que o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila,
firmado por 21 Vereadores, foi deferido pelo Sr. Presidente da Casa, após
audiência da Procuradoria deste Legislativo, que entendeu que a matéria tinha
todas as condições de tramitar. Razão pela qual, na data de hoje, iniciou-se a
tomada das posições das várias Bancadas com relação aos integrantes da CPI. Era
o que nos cabia informar como decorrência dos dois Requerimentos, do Ver.
Juarez Pinheiro, inicialmente, e, posteriormente, do Ver. Nereu D’Avila.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para um Requerimento.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, estarei encaminhando um
requerimento a V. Ex.ª, com fundamento no art. 194, por estarmos irresignados
com a decisão da Mesa, baseada em Parecer da Procuradoria, respeitável Parecer.
Como o requerimento deva ser feito por escrito, solicito a V. Ex.ª que, com
este comunicado verbal, suspenda a coleta dos nomes dos integrantes das
Bancadas para a referida CPI, eis que no documento escrito estamos requerendo
que a matéria seja apreciada em grau recursal pelo Plenário, ouvida a Comissão
de Constituição e Justiça, com efeito suspensivo. Agradeço, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu susto, temporariamente, a ouvida das
Lideranças de Bancada até receber o Requerimento de V. Ex.ª, quando então
deliberarei, em concreto, deferindo-o ou não, e concedendo ou não o efeito
suspensivo que V. Ex.ª requer. De posse dele, nós tomaremos essa deliberação;
por enquanto os processos ficam retidos na Mesa, aguardando o Requerimento de
V. Ex.ª.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria passar um relatório da nossa Comissão,
não como Presidente, mas como componente, até porque foram duas proposições
minhas. Apresentamos à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos a
queixa da Sr.ª Beatriz Foresti, para tratar do assunto referente ao desfile dos
gaúchos na Caprichosos de Pilares por acerto não cumprido por parte da
centralização do Projeto Caprichosos de Pilares, cuja administração esteve
funcionando na Usina do Gasômetro, no dia 31 de outubro de 2001. Aqui estão os
recibos e há um cartão, de que tiramos cópia: “Projeto Caprichosos de Pilares -
Cleber Matos, Chefe de Expediente”. Tem mais o Guaraci e outros que depois
lerei no ofício do Prefeito, em que cede a Usina do Gasômetro. Essas pessoas
estavam credenciadas a fazer a venda dessas passagens e, conseqüentemente, as
fantasias. Diz o Prefeito: “Com grande satisfação estamos disponibilizando a
sala da Usina do Gasômetro, Av. João Goulart, 531, 6.º andar, para a instalação
de escritório de representação da Escola Caprichosos de Pilares”. Ali ele
nomeou...”Será também esse local a referência para o entrosamento entre o
carnaval carioca e o nosso. Estarão participando do trabalho com tarefas
coordenadoras os senhores Sérgio Peixoto, Guaraci Feijó e Maurício Nunes”.
Quero salientar que Sérgio Peixoto não compareceu, não sabemos de quem se
trata, onde trabalha; o Maurício Nunes se apresentou como funcionário do Ver.
Raul Carrion; o Guaraci Feijó, que até hoje assumiu a responsabilidade das
vendas; e o Cleber Matos não quis falar e foi representado pelo Guaraci Feijó.
Então, nos chama a atenção de que essas pessoas não querem muito abrir o jogo,
não querem assumir a responsabilidade, colocando sempre na Caprichosos de
Pilares, que está no Rio de Janeiro e é mais fácil. Nós temos aqui todos os
recibos.
Nós
precisamos ouvir ainda, na Comissão, o Sr. Sérgio Peixoto, para que ele possa
se identificar e dizer por que eles estavam vendendo e a pedido de quem. Nós
vamos continuar com esses procedimentos na Comissão, Ver. João Bosco Vaz, para
ouvirmos essas pessoas, nos posicionarmos e, se possível, encaminhar ao
Ministério Público para verificarmos quem tem culpa nessa história, porque foi
na Usina do Gasômetro e ali, muitas vezes, não é cedido para entidades de
classe de Porto Alegre.
Depois,
nós tivemos o caso do carnaval de Porto Alegre: “A confusão da Capital”, como
disseram os jornais da nossa Cidade. Lá, a Associação dos Carnavalescos não
quis assumir a responsabilidade e tentou jogar a culpa na falta do sambódromo.
Essa é uma luta de todos, todos nós queremos, a pesquisa afirmou isso e esta
Câmara tem dado a contribuição necessária. Mas a Associação dos Carnavalescos
pediu que aguardássemos até dia 12 de maio, porque eles têm uma reunião para
fazer. Este Vereador não concordou, porque a Comissão não pode parar e
solicitei que ouvíssemos todos os Presidentes das Escolas de Samba, porque eles
estavam presentes. Nós não vamos esperar até o dia 12 para termos um consenso,
queremos, sim, ouvir aqueles que participaram da confusão da terça-feira de
carnaval, que cada um conte a sua história e depois a Comissão se pronunciará.
Então, na próxima terça-feira, daremos o encaminhamento a essa questão com a
presença de alguns Vereadores. Portanto, queremos aprofundar esse debate, para
que possamos saber o que houve realmente, porque a população de Porto Alegre
está ansiosa para saber aquilo que pagou e não viu e, em muitas vezes, viu
muito mal.
Quero
terminar falando não como Líder, mas como Vereador, componente de um partido
político, o Partido Trabalhista Brasileiro. Modestamente, este Vereador
sente-se muito feliz, quando o Tribunal Superior Eleitoral fixou coligação
nacional, porque a eleição é nacional; a eleição não é municipal. Não é
estadual; é nacional. Nós precisamos purificar os partidos, Ver. Isaac Ainhorn.
Nós precisamos ter uma linha de conduta para que não haja essas trocas de
partidos a todo instante, Ver. Reginaldo Pujol. Muitos estão pensando na
eleição, mas nós temos que pensar é na valorização do profissional, na
valorização do Vereador, do Deputado Estadual, Federal, Senador, Governador e
Presidente da República.. Vem em boa hora essa determinação do Tribunal
Superior Eleitoral. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiquei
pasmo com a notícia no jornal O Sul,
me chocou, e vamos, dentro do possível, tomar as iniciativas cabíveis.
“Deficiente crônico pode ficar sem o convênio do SUS. O Centro de Reabilitação
afirma que o Ministério da Saúde acabou com o repasse de recursos para
tratamento de jovens portadores de deficiência, que não apresentem evolução.”
Ver.
João Antonio Dib, estou falando no nosso CEREPAL - Centro de Reabilitação de
Porto Alegre. O CEREPAL é uma instituição referência no Estado, no tratamento
de jovens com paralisia cerebral, portadores de deficiência mental. O Centro de
Reabilitação é o primeiro centro de reabilitação do Estado do Rio Grande do
Sul. Fundado em 1964, e agora no próximo dia 3 de março estará completando 38
anos de existência. O CEREPAL atende hoje, aproximadamente, duzentas e oitenta
crianças portadoras de lesão cerebral, ou seja, aquele portador de deficiência que
necessita de todo um tratamento especializado, tanto na área da saúde, da
reabilitação, tratamento excepcional, como assim podemos dizer. E o CEREPAL
alerta que cerca de sessenta jovens portadores de deficiência poderão ficar sem
a assistência do Centro de Reabilitação, exatamente, devido a uma portaria que
achamos equivocada. Queremos dizer, Sr. Presidente, que vamos, de imediato,
fazer um contato com Brasília, com a nossa querida amiga, Deputada Federal Yeda
Crusius, para que interceda junto ao Ministro da Saúde, Sr. Barjas Negri, para
que possamos rever esta questão do convênio com o CEREPAL. Nós não podemos
admitir, sob hipótese alguma, que este Centro de Reabilitação fique excluído do
processo de assistência, através do SUS, para aquelas pessoas carentes que, se
assim forem excluídas, estaremos, sem sombra de dúvida, cometendo um ato muito
grave e muito falho. Não vamos admitir, porque estaremos ferindo, inclusive,
dispositivo da própria Constituição que diz que a saúde, que a própria
reabilitação, que a habilitação é um direito constitucional das pessoas
portadoras de deficiência e que os carentes terão, com certeza, a assistência,
tanto do Poder Público Federal, Estadual, quanto Municipal.
Nós
queremos também fazer um Requerimento à Comissão de Direitos Humanos desta
Casa, da qual eu faço parte como integrante, solicitando à nossa Presidente
Clênia Maranhão, que possamos ouvir a direção do CEREPAL – Centro de
Reabilitação de Porto Alegre, que possamos ouvir integrantes do Ministério da
Saúde, da Secretaria Estadual, da Prefeitura Municipal, para sabermos todo o
processo que vem atingindo o Centro de Reabilitação de Porto Alegre. Segundo a
sua Presidenta, a Vera Lúcia Weins dos Santos, 95% das famílias que utilizam o
convênio com o SUS são de baixa renda. Portanto, a família não tem como arcar
com essa despesa, com um custo muito caro de manter o seu filho fazendo um
atendimento que lhe é de direito. Eu até fico pasmado com a quantia irrisória!
Nós não podemos admitir que, porque o Ministério da Saúde repassava,
mensalmente, um valor de 10 mil reais... Penso que o Sr. Ministro seja sensível
à intervenção que iremos fazer, exatamente, neste instante, fazendo um contato
com a Deputada Federal Yeda Crusius, para que interceda junto ao Ministro, para
que esses sessenta jovens portadores de lesão cerebral, não fiquem sem o seu
direito constitucional que é a saúde, a reabilitação e a integração social.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que esta Casa vive um bom momento. Esta
Legislatura tem vivido importantes momentos, respeitando a pluralidade aqui
existente, e que responde aos anseios da população da Cidade de Porto Alegre,
Ver. Sebastião Melo. Quando os Vereadores de oposição cumprem o seu papel de
fiscalizar o Poder Executivo, de cuidar, atentamente, dos atos do Poder
Executivo, denunciando desta tribuna, denunciando pelos meios de comunicação
social, fatos que entendem que não estão condizentes com a realidade dos
anseios da população de Porto Alegre. Digo isso, por fatos importantes
ocorridos o ano passado, por exemplo, destaco dois importantes projetos que a
oposição, unida, rejeitou nesta Casa: o IPTU progressivo, a reavaliação da
Planta de Valores e também o projeto estatizante da questão do voluntariado. O
Prefeito Tarso Genro, hábil, inteligente, competente, mas na sua visão
corporativista, estatista, quis absorver, através de um projeto de lei o
chamado processo do voluntariado, que tem que nascer é da estrutura das
organizações não-governamentais, lá da alta organização popular. Pois ele quis
intervir ali, a exemplo do que faz em relação ao Orçamento Participativo, e não
conseguiu. Pois agora tenta empurrar, “goela abaixo”, da população, um tarifaço
em matéria de aumento da taxa de água.
Quero
dizer que ontem ainda, fui designado pela minha Comissão para dar um parecer
sobre a questão da legalidade de um aumento da tarifa da água na cidade de
Porto Alegre sem a ouvida desta Casa: se exige ou não a ouvida desta Casa, se
exige autorização legislativa através de lei para que haja um aumento acima dos
índices do IGPM. Ora, num primeiro momento quero dizer que, se existe um enquadramento
legal, se existe um indexador de aumento, que é o IGPM, o Executivo não pode,
simplesmente, aumentar acima desses patamares dos indexadores existentes na
cidade de Porto Alegre. Mas quero examinar a questão juridicamente sob todos os
seus ângulos. Quero deixar claro, aqui, que a nossa Bancada está muito atenta,
e o nosso Partido pretende tomar posição em relação a essa matéria, tomar
posição não só como Bancada. Conversava com o Presidente do Diretório
Metropolitano, Ver. Nereu D’Avila, e a intenção é de o Partido fechar questão.
Porque temos a visão de que o Partido, nas questões maiores da Cidade, do
Estado e da União, tem que votar fechado, a exemplo do que faz o PDT em relação
às questões maiores na Câmara Federal. Enquanto que o PT, lá na Câmara Federal,
continua cada vez mais “costeando a cerca”, como dizemos nós, os gaúchos, agora
ele está pensando em de repente “pular a cerca”, tanto que já está procurando
fazer uma aliança com o Partido Liberal. Pensei que tinha visto tudo e não vi;
agora está “aliançando” com o Partido Liberal. Até gostaria de saber a posição
do Ver. Estilac Xavier e do Ver. Marcelo Danéris sobre essa aliança com o
Partido Liberal.
Volto
à questão do “tarifaço.” V. Ex.ª tem razão. Esta Casa tem instrumentos e vai
usar todos juridicamente, inclusive, se for necessário. Não são os Vereadores e
as Bancadas que poderão ingressar em juízo, mas podemos pensar no mecanismo,
inclusive, de a própria Câmara Municipal de Porto Alegre: ingressar com medida
judicial para coibir esse abusivo aumento que pretendem praticar. Vejo com
muita satisfação que a oposição está unida em relação a esse tema. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero,
em primeiro lugar, complementar o relato do Ver. Cassiá Carpes sobre a reunião
de ontem das Comissões Conjuntas e fazer algumas considerações acerca do que
ele diz. Primeiro: esta Casa, depois de escutar - através dos Vereadores ali
presentes - os relatos dos convidados, entre eles a própria Secretária de
Cultura do Município, decidiu encaminhar no sentido de que a Casa manifeste,
tanto à Caprichosos de Pilares, como também à Associação de Carnavalescos do
Rio de Janeiro, a sua inconformidade com os acontecimentos e a sua
solidariedade com as pessoas - creio que menos de cem - que foram prejudicadas
fundamentalmente por uma ala, a ala que desfilava com as fantasias do Grêmio Porto-Alegrense.
Da mesma forma, os Vereadores hipotecaram a sua solidariedade a essas pessoas
para que entrem na Justiça e busquem os seus direitos. Quero estranhar somente
que o Ver. Cassiá Carpes, mais uma vez, pois também na reunião de ontem, fazia
grande questão de identificar que o Sr. Maurício Santos - que é um carnavalesco
e que ali atuou como cidadão em uma Comissão de relações entre o carnaval de
Porto Alegre e o carnaval do Rio de Janeiro - se ele trabalha com qual
Vereador? Ele trabalha com este Vereador! Quero dizer, primeiro, que ele atuou
como cidadão, livre para fazer o que quiser, e nisto não tem absolutamente nada
a ver com o trabalho no gabinete deste Vereador. Agora, queremos deixar claro
que ele expôs, com a maior transparência, a sua atuação nessa frente, e, em
nenhum momento, o Ver. Cassiá Carpes contestou, ou questionou qualquer coisa
sobre a sua participação e depoimento. Não existe ninguém que se escondeu ou
coisa assim. Estranhamos, mas entendemos que isso faz parte do jogo político, talvez
com o objetivo de tentar atingir este Vereador.
O
que me traz aqui, mais especialmente, é essa questão - de grande importância
para o nosso povo - que é a tentativa, no Congresso Nacional, de o governo
neoliberal, governo antitrabalho de Fernando Henrique, liquidar com a CLT neste
País, sob a alegação de que a CLT "engessa" a capacidade e o direito
de negociação dos trabalhadores. No dia de ontem, tivemos um grande debate
sobre essa questão, na TVE, com a Dr.ª Magda, Juíza deste Estado, e ficou claro
que essa é mais uma falácia, mais uma mentira do Governo Federal e dos seus
garotos de propaganda, como Paulinho, da farsa sindical - dizem que é Força
Sindical, na verdade é "Farsa Sindical" - e com o Sr. Alemão, da
Central da Social Democracia, criada por Fernando Henrique para respaldar as
suas posições antitrabalho. Assim como eu disse, ontem, no programa da TVE, o
art. 444, da CLT é claro: tudo é negociável a partir do patamar mínimo da CLT,
que foi a consolidação que Getúlio Vargas fez, em 1943, no Brasil; consolidação
que não foi nenhuma dádiva aos trabalhadores, Ver. Luiz Braz - que também foi
um trabalhista à sua forma e que hoje é um liberal - a CLT foi fruto de muitos
anos de luta dos trabalhadores brasileiros, que, desde o início do século, foram
conquistando às oito horas diárias de trabalho, o direito à aposentadoria, o
direito a férias, e assim por diante. A CLT consolidou esses direitos e fez
avançar, inclusive, esses direitos. Aí vem o Sr. Fernando Henrique dizer que é
o fim da Era Vargas; mas, na verdade,
é o fim dos direitos dos trabalhadores, que ele está procurando liquidar.
Queria
deixar claro para a população que nos escuta: a CLT não impede a negociação, a
CLT não impede a conquista de novos direitos; a única coisa que a CLT impede é
que se retire aquilo que a lei garantiu. Por tudo isso, nós voltaremos, muitas
vezes, a esta tribuna para lutar contra a tentativa de liquidar com o estado de
direito para os trabalhadores. Estaremos aqui nesta tribuna e estaremos nas
ruas também, no dia 21, para a grande greve geral que, de norte a sul,
paralisará este País para dizer não ao Governo de desmonte da Nação, ao Governo
de desmonte dos direitos dos trabalhadores, ao Governo que agora quer
restringir as liberdades democráticas, através de pacotes, do seu mandalete do
TSE, que é o Sr. Jobim, que, no ano da eleição, quer criar regras que
inviabilizam uma eleição democrática e adequada. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, desde 15 de fevereiro de 1995, quando retornei a
esta Casa, eu tenho, em grande parte, motivado pelas circunstâncias, tido a
prerrogativa de ser o Líder do PFL nesta Casa. É verdade que nos meus primeiros
dois anos de mandato, no meu retorno, como Vereador único, essa liderança era
natural, o mesmo ocorrendo no segundo período em que salvo, Ver. Cassiá Carpes,
quando o Ver. Gilberto Batista esteve no exercício pleno do mandato e que nos
conferia uma Bancada de dois Vereadores - antes de ele ser cooptado pelo PTB,
nós tínhamos uma Bancada de dois Vereadores -, eu mantive a liderança naquele
período, como venho ocupando neste ano legislativo, inicialmente junto com o
Ver. Almerindo Filho e, depois, com o acréscimo do Ver. Luiz Braz, que,
conosco, desde o início desta Legislatura, tem ombreado a tarefa de sustentar o
PFL nesta Casa. Venho, oficialmente, participar à Casa o que nós já havíamos acertado
em conjunto, junto com a Direção Regional do Partido, que aplaude o consenso a
que nós chegamos internamente na Bancada para que o Ver. Luiz Braz passe a
liderar, de fato e de direito, a Bancada do Partido da Frente Liberal. Nós
temos a maior tranqüilidade com relação a esse acontecimento, até porque
conhecemos longamente o Ver. Luiz Braz e temos certeza de que ele será tão
combativo e tão brilhante desta tribuna como Líder do PFL como vem sendo
atualmente, quando se encontra na planície, ocupando, na prática, a liderança
partidária, sem a sua oficialização, que ocorre a partir deste momento. É
verdade que, no nosso consenso, nós sabíamos, de há mais tempo, que este é ano
eleitoral e haveria de determinar que eu me afastasse da liderança para cuidar
especialmente da candidatura da Governadora Roseana Sarney à Presidência da
República. Evidentemente que esse fato já havíamos delineado com muita clareza,
e a decisão, ontem, do Tribunal Superior Eleitoral em nada altera a nossa
posição; muito antes pelo contrário, reforça a posição, já que, por proposta do
Ver. Luiz Braz, o PFL de Porto Alegre tem sustentado a necessidade de o Partido
ter candidato ao Governo do Estado, ao Senado Federal e de concorrer às
eleições, como o fez aqui em Porto Alegre, com chapa própria à Câmara dos
Deputados e à Assembléia Legislativa. Vou, doravante, me dedicar mais a fundo a
essa tarefa, e com o Ver. Luiz Braz ficará o cotidiano desta Casa. Ele, como
parlamentar experiente, certamente vai qualificar mais ainda a atuação do PFL,
que eu tenho muito orgulho de dizer que sempre foi qualificado nesta Casa.
Sempre combatemos o bom combate, sempre fomos muito intransigentes na defesa
das nossas posições, apesar de termos aprendido, na lição de Pinheiro Machado,
que é preciso ser transigente com os homens para ser intransigente com as
idéias.
Por
isso, Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, que comigo durante largo
tempo conviveu sendo Líder de uma Bancada de um único Vereador – como nós
éramos na Legislatura passada. Eu faço desta Comunicação de Líder a minha
despedida desta posição, não a despedida do Partido, porque desse não haverei
de me despedir. Continuarei sendo seu Presidente municipal, devendo assumir,
inclusive, dentro em breve a direção regional do partido na condição de 1º
Vice-Presidente e informo à Casa, através da Mesa, que o Ver. Luiz Braz é de
fato e de direito o novo Líder neste Legislativo do Partido da Frente Liberal.
Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Muito obrigado, Ver. Reginaldo Pujol e
esta Mesa solicita que o seu Requerimento seja feito por escrito.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero dizer a V. Ex.ª
e a esta Casa que esta atitude do Ver. Reginaldo Pujol só é tomada devido à
grandiosidade e à generosidade desse parlamentar, fazendo com que, realmente,
este Vereador – hoje – se sinta bem mais responsável no trabalho que executa
aqui dentro desta Casa na representação da sociedade. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Não temos dúvida disso, Ver. Luiz Braz,
até porque o conhecemos e sabemos que durante muitos anos V. Ex.ª foi Líder de
um outro Partido aqui nesta Casa.
O
Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, público do Canal 16, funcionários. Primeiramente uma saudação ao
Ver. Reginaldo Pujol pelo seu trabalho na sua liderança, uma pessoa que foi
firme nas suas posições, um adversário duro, mas civilizado e polido. Eu o
cumprimento pelo seu trabalho. Não posso lhe desejar sucesso político na
empreitada que o senhor vai agora abraçar, mas lhe desejo muita saúde para que
o senhor possa assistir a nossa vitória. Desejo que o senhor consiga levar
adiante os seus projetos. Meus cumprimentos, também, ao Ver. Luiz Braz que está
assumindo a Liderança.
É
interessante como se usa esta tribuna para fazer manifestações descoladas, às
vezes, da realidade. Eu vi o Ver. Isaac Ainhorn atacar o governo do PT em
função de alianças. Eu não vi o Ver. Isaac Ainhorn vir nesta tribuna falar
sobre o desmonte dos direitos sociais e trabalhistas que...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)
O SR. ESTILAC XAVIER: Falou Vereador? V. Ex.ª está me
corrigindo, então. Agora, quero lhe dizer o seguinte, Vereador, quando V. Ex.ª
vem aqui acusar as alianças do PT, eu quero lhe lembrar que durante um bom
tempo a população do Brasil sustentou a necessidade de remover da Presidência
da República, o então Presidente Fernando Collor. E onde estava naquele momento
a Direção Nacional do seu Partido?
O Sr. Isaac Ainhorn: O Brizola só serve quando apóia o Lula,
não é?
O SR. ESTILAC XAVIER: Eu não estou dizendo isso Vereador. Eu
estou dizendo que na vida política dos partidos, aquele que vier aqui dizer, eu
não tenho nada a responder sobre a minha trajetória, está podendo ferir as suas
próprias palavras. Eu estou lhe demonstrando isso. A sua manifestação no
Plenário é uma comprovação cabal do que eu estou dizendo.
Sobre
a água, Ver. João Antonio Dib, nós, na Sessão passada, dissemos o seguinte: o
DMAE de 1986 a 2000 acrescentou em economias beneficiadas de trezentos e
setenta e seis mil economias para quinhentas e vinte e nove, então,
arredondando, mil, num crescimento de 43%. Agora, quando se demonstra no
balanço, na prestação de conta do DMAE, os custos de pessoal, estão falando de
60%, está lá na prestação de contas é 39,27%. É a prestação de contas do DMAE.
O que se considera gastos de pessoal é tudo aquilo que envolve a qualidade do
trabalho do servidor ou da sua vida: inativos, contribuição, pensionistas,
salário família, assistência médico-hospitalar, assistência odontológica,
auxílio funeral, PASEP, FGTS, Montepio, INSS, contribuição para o fundo e o
DEA. Aí, pode-se dizer que com o pessoal, não aquilo que a Lei determina, pelas
responsabilidades fiscais, temos um gasto de 60%. A Lei que criou o DMAE
determinou que 25% da sua tarifa fosse destinada a investimento. Aí se elide o
fato, por exemplo, que o tarifaço, que agora querem chamar de realinhamento
para prover esses 25% de investimento, ninguém chama a atenção Ver. Sebastião
Melo. V. Ex.ª não chama atenção, que é a incidência do chamado realinhamento
que a ANEEL concedeu à energia elétrica, está incidindo aqui. Aqui também está.
E aí desalinhou as tarifas, tarifas essas que são reajustadas por lei, que foi
determinada pela Câmara, os Vereadores estão dizendo que não tem legalidade,
que não é justo - é injusto. O Ver. Sebastião Melo chegou a falar, é injusta e
ilegal. Ora, ilegal é a interpretação de V. Ex.ª, V. Ex.ª já fez várias
interpretações, algumas corretas, mas outras incorretas, poderá estar
incorrendo de novo nesta incorreção, porque sobre esta disputa da legalidade ou
não, vai se pronunciar a Comissão de Constituição e Justiça e certamente
anunciou alguns Vereadores que vão aos tribunais. Os tribunais darão a palavra
final, não há problema sobre isso. E nós acataremos. Agora, a nossa
interpretação legal, a nossa interpretação é de que sim, o Prefeito pode
decretar o realinhamento da tarifa.
Aliás,
Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª foi parceiro deste Vereador, desta Bancada, como
quase a maioria de todos os Vereadores desta Casa para defender a questão
contra a privatização da água. Eu gostaria que V. Ex.ª analisasse e refletisse
se, ao estar trabalhando desta forma, está-se preservando de fato a qualidade
da água de Porto Alegre, e da qualidade do trabalho que V. Ex.ª conhece da
autarquia DMAE, porque a autarquia DMAE ao fazer esse realinhamento estará
crescendo 16 centavos ao metro cúbico do custo da água na Cidade de Porto
Alegre, e o custo da água em Porto Alegre, que é da maioria da população não
passará mais que 38 reais para ter um serviço que tem qualidade de Primeiro
Mundo como querem, alguns, às vezes, aqui com as privatizações.
Por
isso, Sr. Presidente, eu vou concluir, a questão é legal e é justa porque é
justo manter os investimentos para manter a qualidade de água que serve à
Cidade com um milhão e trezentos mil habitantes de Porto Alegre, isso é feito
com responsabilidade não com demagogia em cima de coisas sérias que envolvem
saúde e saneamento básico. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Esta Mesa apregoa a
comunicação do Ver. Reginaldo Pujol que havia feito na tribuna e agora o faz por
escrito. “Comunicamos para os devidos fins que a partir desta data passará a
exercer a Liderança da Bancada do Partido da Frente Liberal, o Ver. Luiz Braz.”
(Palmas.)
A
Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero retomar aqui um debate sobre uma outra
questão que aflige o nosso Município, que agora se encontra ainda mais
abandonado tendo em vista a ausência do Prefeito, cem por cento envolvido na
disputa eleitoral do seu Partido. Eu trago a questão do Centro de Porto Alegre.
Antes, eu não poderia deixar de me referir a uma colocação que fez o Líder da
bancada governista, Ver. Estilac Xavier, em que ele tenta justificar o aumento
abusivo do preço da água, imposto de uma forma ilegal pelo DMAE para a
população de Porto Alegre, justificando que outros governos e outras esferas de
governo aumentaram tarifas. Se essa moda pega, não vai mais haver
contra-argumentação para o consumidor se defender. Se há aumento abusivo de
telefonia ou de alguma outra tarifa, nós temos que nos colocar contra e não
usar isso para tentar justificar o aumento abusivo de um produto fundamental
para a população, que é a água.
Quanto
à questão do abandonado Centro de Porto Alegre, do violento Centro de Porto
Alegre, uma realidade tantas vezes denunciada nesta tribuna, inclusive pelos
moradores do Centro, que têm dificuldade de chegar às suas casas pelo
crescimento da violência. Essa realidade já foi muitas vezes denunciada desta
tribuna pela dificuldade que os cidadãos de Porto Alegre têm, hoje, de
exercerem o direito elementar de ir e vir, porque não há mais espaço para se
caminhar na Rua da Praia. A Rua da Praia que foi, por tantos anos, o
cartão-postal desta Cidade, um calçadão onde as pessoas se encontravam, onde
passeavam, onde faziam as suas compras, hoje é um lugar de terror, de
violência, de ameaça, e não faltou iniciativa da comunidade durante o ano
passado para fazer com que o Poder Público Municipal, a Prefeitura de Porto
Alegre assumisse a sua responsabilidade de gestor municipal e começasse,
através de uma política pública, a resolver os problemas do Centro de Porto
Alegre, do comércio ambulante, da violência, da falta de acesso, do barulho
ensurdecedor de algumas ruas. E quanto à questão do mercado informal, vários
Vereadores participaram de várias iniciativas, algumas tomadas por esta Casa,
outras pelo CDL, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, pela Pastoral do
Centro da Cidade, enfim, pela sociedade, que busca, através dos seus próprios
caminhos, a solução de um problema que é de responsabilidade da Prefeitura de
Porto Alegre.
Agora,
isso também se transformou numa questão de direitos humanos. Os jornais têm
denunciado os enfrentamentos e atos que têm levado inclusive policiais e
camelôs aos hospitais, porque, não tendo uma política capaz de enfrentar em
Porto Alegre a questão do desemprego, nesses treze anos de governo petista, a
Prefeitura tem-se omitido da luta pela atração de indústrias e empresas para
Porto Alegre, o que tem ocasionado um crescimento do desemprego e a construção
de um mercado informal inclusive respaldado por outros interesses econômicos
mais poderosos.
Então,
penso que esta Câmara, mais uma vez, vai ter de se colocar na defesa dos porto-alegrenses
que moram, que trabalham ou que precisam circular no Centro da Cidade. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Havendo quórum, passamos à
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, o Requerimento que faço é
no sentido de que sejam votados, primeiro, os requerimentos, na seguinte ordem:
Requerimento n.º 038/02, Requerimento n.º 037/02, Requerimento n.º 033/02,
Requerimento n.º 032/02, Requerimento n.º 029/02, e após a ordem normal dos
requerimentos.
O SR. ESTILAC XAVIER (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro à Mesa e também
ao Ver. João Carlos Nedel, que o Requerimento n.º 016/02, que trata do
assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel, tenha precedência, e é um
Requerimento que na Casa não terá nenhum problema, porque na outra Sessão já se
falava no assunto, senão vai perder o sentido.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu concordaria em incluir o Requerimento
n.º 016/02, logo após os Requerimentos enunciados, antes de entrar na ordem
normal, já que todos esses Requerimentos não são polêmicos. Seriam então os
seis Requerimentos, e após entramos na ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento do Ver. João
Carlos Nedel que altera a ordem dos trabalhos da Ordem do Dia. O Ver. Luiz Braz
está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não acredito que a sociedade porto-alegrense,
que nós representamos aqui neste Plenário, se pudesse ser consultada, iria
abrir mão da discussão dos assuntos principais que a envolvem para que este
Plenário discutisse aqui as questões sociais, homenagens para esta ou para
aquela entidade, que eu sei que é importante, mas não podemos transformar em prioridade.
Todas
as Sessões, não é a de hoje, são todas, nas do ano passado aconteceu assim, nas
do ano retrasado também, raríssimas vezes nós conseguimos discutir os projetos
nesta Casa.
Eu
acredito, Sr. Presidente, que sempre é hora de mudar, sempre é o momento de se
tomar uma nova atitude. Acho que os requerimentos são importantes, mas não
podem ser mais importantes, não se podem transformar em prioridade, já que na
Pauta há projetos importantíssimos que dizem respeito à vida da nossa Cidade e
que não podem ser colocados num segundo plano. Eu mesmo tenho alguns projetos
desarquivados, que ainda não vieram para a Pauta, mas faz tempo que eu mandei o
Requerimento para desarquivá-los, para que pudessem tramitar e discutirmos, e
até para que votassem contra, se quiserem votar contra. São alguns projetos
importantes que eu gostaria de ver aqui tramitando e sendo discutidos. Nada
contra os Vereadores que fazem as moções; nada contra os Vereadores que fazem
os requerimentos pedindo as homenagens. Penso que é absolutamente justo, pois
faz parte da representação do Vereador; agora, não podemos fazer com que essa
seja a única matéria a ser discutida na Casa, e, em todas as Sessões, o que
acontece é exatamente isso. Por isso, eu vou pedir licença ao meu amigo Ver. João
Carlos Nedel, que é uma pessoa de quem eu gosto muito e que tem sido parceiro,
praticamente, em todas as lutas que nós travamos neste Plenário, e vou pedir
licença aos meus outros companheiros que têm as moções e os requerimentos na
Pauta de hoje, para votarem contra o Requerimento de inversão dos trabalhos.
Eu
penso que nós podemos começar discutindo e votando os projetos que aqui estão
e, de repente, quando notarmos que vai faltar tempo, vamos para os
requerimentos e, rapidamente, sem discuti-los, os votaremos, caso contrário
vamos acabar consumindo uma tarde inteira para discutir determinados assuntos
que não vão resolver de forma nenhuma a vida do cidadão porto-alegrense. Eu
gostaria muito que esta Casa perdesse uma tarde, uma noite, uma manhã toda, mas
discutindo os assuntos que realmente são pertinentes às angustias do cidadão
porto-alegrense.
Por
isso, eu voto contra o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Paulo Brum está com a palavra
encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a
ordem dos trabalhos.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
verdade, a Bancada do PSDB não foi consultada a respeito de alterar a ordem dos
trabalhos da nossa Ordem do Dia.
É
sempre uma praxe, no ano passado foi assim, as lideranças se reunirem e
tentarem, por um acordo, encontrar a melhor maneira de conduzir os trabalhos.
Mas quero antecipar que na mesma linha do Ver. Luiz Braz, este Vereador, em que
pese o Requerimento de V. Ex.ª, realmente ter alguma prioridade, porque a
viagem é agora nos dias 5 e 6 de março. Eu penso que poderíamos votar o
Requerimento autorizando a viagem de V. Ex.ª e logo após seguirmos, exatamente,
o que determina o nosso espelho na ordem de votação. Porque, no ano passado,
alteramos o Regimento desta Casa e demos preferência às Sessões de segundas e
sextas-feiras para que, no período de Comunicações, houvesse uma manifestação
dos Srs. Vereadores, no que diz respeito exatamente ao debate político.
Priorizamos as Sessões de quartas-feiras para votarmos, priorizamos a Ordem do
Dia para podermos apreciar os projetos que dizem respeito a nossa Cidade, que
dizem respeito ao bom andamento, enfim, dos nossos munícipes. Eu vejo que se
iniciarmos já o ano com essa prerrogativa de darmos preferência sempre aos
requerimentos, no que dizem respeito às moções, enfim, a questão mais voltada
às discussões políticas, nós iremos, mais uma vez, deixar de lado os projetos
importantes para a nossa Capital.
Por
isso, Sr. Presidente, em nome da minha Bancada quero fazer o meu
encaminhamento: votarei contrário a alteração da Ordem do Dia. E que se não
houver nas próximas Sessões um acordo de Lideranças para podermos dar um melhor
andamento aos trabalhos, o meu voto vai ser sempre não. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que solicita a alteração dos trabalhos da Ordem do Dia.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho
que hoje eu poderia ficar contente, faz cinco anos que eu reclamo desta
tribuna, reiteradas vezes, a modificação da Ordem do Dia. Cinco anos! E, nesses
cinco anos, eu não vi nenhuma vez começarem exatamente como faz a Ordem do Dia,
como é proposta pela Diretoria Legislativa. É um punhado de papel que é
impresso, reimpresso e jogado fora.
Hoje,
nós temos na Ordem do Dia projetos para serem examinados desde 1998. É porque
cada vez que foram para ser votados, apareceu alguém querendo botar uma coisa
diferente. E o que mais me preocupa é que a maioria das vezes são as moções. As
moções que eu disse que dão emoções, tensões, reações, agressões sem
necessidade e que não levam a lugar nenhum. Segunda-feira foi votada uma moção
que, como todas as vezes, eu me abstenho a votar em todas as moções, de
repente, eu levei uma agressão num e-mail
de um jornal na Internet, sem necessidade.
Portanto,
eu já estou esperançoso, começo a ficar esperançoso, de repente, vão respeitar
a Ordem do Dia colocada pela Diretoria Legislativa. De repente, nós não vamos
desperdiçar aquele material todo que é impresso, que vem para cá, e que não
serve para a próxima Sessão. De repente nós vamos votar o primeiro projeto, o
segundo projeto, os requerimentos, na ordem das necessidades. Não tem que fazer uma lista de requerimentos. Se o
Presidente vai fazer uma representação da Casa, ele não pode entrar numa lista
de requerimentos. Se for pedida urgência de um projeto, ele não pode entrar na
relação dos requerimentos comuns. Essa moção que votamos aqui, em relação ao
Sr. Políbio Braga, era do ano passado! Nós não podemos deixar os requerimentos
de urgência iguais a quaisquer outros requerimentos. Então, tem que saber
pesar, tem que saber medir, mas, sobretudo, tem que cumprir o que o Regimento
determina e o que a Diretoria Legislativa propõe, porque ela o faz na ordem em
que passam os projetos nas diferentes Comissões. E há dez projetos, dos que ali
estão para serem votados, que estão sob a égide do art. 81. Ora, se eles são do
ano passado, pelo amor de Deus, retirem o art. 81 e deixem passar nas
Comissões, vamos trabalhar e achar solução correta para os nossos projetos. Mas
eu estou contente, já estão falando contrariamente à alteração da Ordem do Dia.
Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Paulo Brum, o Requerimento de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que solicita a inversão da ordem trabalhos da Ordem do
Dia. (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 14 votos SIM e 09 votos NÃO.
Requerimento
n.º 038/02. Como este Requerimento é de autoria deste Vereador, solicitamos que
o Ver. Carlos Alberto Garcia assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Carlos Alberto Garcia assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Em votação o
Requerimento n.º 038/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(O
Ver. José Fortunati reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento n.º 037/02.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento n.º 033/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento n.º 032/02. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento n.º 029/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação o Requerimento n.º 016/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier. O Ver.
Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Moção foi feita ainda sob o impacto do assassinato do nosso companheiro Celso
Daniel, quando estávamos no período do recesso. Daniel foi, de forma covarde,
seqüestrado por um grupo e, depois, assassinado na esteira de um conjunto de
ameaças que foram feitas a todos os Prefeitos do PT de São Paulo,
estendendo-se, depois, aos Prefeitos e políticos do PT do País. A violência e a
covardia daquele ato fez com que houvesse uma mobilização, inclusive da
Presidência da República. Nós nos inconformamos com a forma com que as
investigações estavam sendo tratadas, as especulações sobre a vida do nosso
companheiro Celso Daniel. Compartilhei, convivi, como membro do Diretório
Nacional do PT, com este homem público, uma pessoa cordial, que teve toda a sua
atividade política comprometida com as questões do povo, eleito pela terceira
vez pela sua cidade, 72% dos votos válidos, Deputado Federal, uma pessoa de
reconhecimento internacional, tanto que a Secretaria Geral da ONU, quando da
abertura do Fórum das Autoridades Locais, aqui em Porto Alegre, nos 28 e 29 de
janeiro do corrente ano, mandou mensagem aos duzentos e cinqüenta Prefeitos que
ali se reuniam, repudiando a violência da morte de Celso Daniel e se
solidarizando com a sua família. Tudo indica que estamos já no desfecho da
apuração do crime, todas as hipóteses foram lançadas, agora estamos próximos de
descobrir quem foram os autores e puni-los, alguns estão evadidos, devem ser
levados aos tribunais e punidos na forma da lei brasileira.
Celso
Daniel era o coordenador nacional do programa da campanha do Lula, ou do PT,
porque o PT ainda não definiu, oficialmente, a sua candidatura. Houve um dano,
não só pela ausência do convívio desse companheiro, como também um dano
político, e quando esta Casa tem esta oportunidade, como em outras tantas, de
se manifestar contra esses gestos desumanos, mortais, medievais que não só
martirizam, vitimam a vida de um homem público, como foi Celso Daniel, também
vitimam, martirizam a vida de vários cidadãos e cidadãs do Brasil que são
também atingidos pela violência urbana, pela falta de segurança.
Ao
afirmarmos aqui esta Moção, Sr. Presidente, que está sendo encaminhada ao
Governo de São Paulo, ao Presidente da República, ao Presidente da Câmara
Federal, ao Presidente do Senado, nós, certamente, estamos contribuindo não só
para registrar a nossa solidariedade à família de Celso Daniel - e eu repudio
essa violência -, mas para alertar as autoridades competentes e responsáveis
para que possamos criar uma condição e um ambiente de vida urbana mais segura.
É por isso que, como autor, em nome da minha Bancada, cito os seguintes
Vereadores: Adeli Sell, Maria Celeste, Marcelo Danéris, Aldacir Oliboni, Juarez
Pinheiro, Helena Bonumá e Sofia Cavedon. Certamente, é uma Moção da nossa
Bancada.
Peço
que os Srs. Vereadores aprovem esta Moção, porque ela já está a requerimento
desde janeiro, e nós já estamos no mês de fevereiro, entrando em março. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, vejam a importância das moções. O nobre Ver.
Estilac Xavier, no dia 23 de janeiro, fez uma Moção de Repúdio ao assassinato
do Prefeito Municipal de Santo André. Que cidadão brasileiro não é contrário ao
assassinato? Que cidadão brasileiro não repudia o assassinato? E nós estamos
votando, discutindo uma Moção de Repúdio ao assassinato de um Prefeito, poderia
ser ao assassinato de qualquer cidadão. Realmente, revolta-nos o que aconteceu,
mas não é a Moção de Repúdio desta Casa que vai alterar o quadro nacional.
Poderíamos ter feito um voto de pesar, que consta no Regimento, e teríamos
alcançado os mesmos objetivos, sem perda de tempo, e, no dia 23 de janeiro,
estaria lá, nas mãos das pessoas que nós quiséssemos, o nosso voto de pesar,
lamentando profundamente o assassinato de uma pessoa que ainda poderia produzir
grandes coisas pela nossa pátria.
Portanto,
para que eu não seja mal-entendido, estou dizendo agora, com toda a clareza,
como eu fiz com todas as moções, que vou me abster de votar, mas sou contrário
a qualquer assassinato, não de Prefeito, não de Governador, não de Presidente
da República, mas do cidadão mais comum da rua. Assassinato é uma coisa
terrível, portanto eu vou me abster. Eu brinco com as palavras, de repente dá
confusões, e eu vou me abster sem ter contrariedade ao Projeto de Moção do
nosso querido Ver. Estilac Xavier. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, talvez
pela data já defasada, a Moção ficou com algumas circunstâncias não bem
esclarecidas. É evidente que uma Moção de Repúdio ao assassinato do Prefeito de
Santo André terá o apoio da população brasileira ou de qualquer brasileiro ou
brasileira, pela sua estupidez, pela sua violência. Só que a segunda parte
desta Moção, diz o seguinte: "Consignando ainda repúdio a violência de que
têm sido vítimas as Lideranças políticas do PT, com dois assassinatos de
Prefeitos e mais duas tentativas só nos últimos quatro meses”. Que é verdade.
Mas aí é que vem a situação.
Repudiar
só a violência contra o PT é muito pouco, tem-se que repudiar a violência como
um todo, porque neste mesmo ínterim, neste mesmo período, só para citar dois
casos, também com a mesma violência, com a mesma estupidez, com o mesmo
constrangimento de referir tamanha é a nossa repugnância por esses atos, tanto
quanto para o Prefeito de Santo André e também para o de Campinas, vale
registrar neste momento. Mas também o Sr. Washington Olivetto e uma outra
senhora que não recordo o nome, lamentavelmente, mas que merece o meu respeito
e a solidariedade à família em Campinas que, devolvida a sua família, foi
brutalmente assassinada na frente da sua casa, quer dizer, numa mostra não de
violência mas de insanidade mental, de volta ao homem das cavernas. Então, a
violência como um todo, ela está sendo também repudiada neste momento. Por isso
nós queríamos deixar claro, até porque as investigações que, no momento do
assassinato do Prefeito de Santo André tendo em vista o problema do assassinato
do Prefeito de Campinas, e outras cartas as Lideranças do PT; de repente o PT -
ficamos como essa inicial preocupação - estaria sendo vítima de uma campanha
orquestrada de morte aos seus líderes, aos seus Prefeitos, enfim, às suas
lideranças. Hoje verificamos que não é somente contra o PT, a violência está
generalizada e ensandecida. E, até este momento, está esclarecido que a morte
do Prefeito de Santo André foi mais um ato de violência não direcionado
politicamente ou num sentido político, mas apenas como violência em si, que nós
repudiamos. Portanto, a Bancada do PDT vai votar favoravelmente à Moção, só que
com essa, não digo restrição, mas com essa ressalva de que a violência que nós
vamos repudiar está simbolizada no Prefeito de Santo André, mas significam o
Prefeito de Campinas, o Sr. Washington Olivetto, a senhora de Campinas e todos
aqueles que foram, por quadrilhas, uma inclusive vamos aqui dizer com todas as
letras, querendo se esconder no largo véu de lideranças revolucionárias. O que
não convence. Um cidadão do Chile que teve alguma atuação lá, que nós até não
sabemos exatamente, porque não estamos com todo um juízo formado, até pode ter,
lá no Chile, alguma atuação no sentido revolucionário. Aqui, no Brasil, foi um
sentido terrorista e que se transforma num rol de crimes hediondos, e assim
sendo, merece pena maior. Não se queira confundir como, inicialmente, veio uma
irmã do cidadão esse lá do Chile querendo ressalvar que ele era um revolucionário
chileno. Ora, o que é isso? Isto aqui não é o quintal da América do Sul. Isto
aqui é um país enorme, com soberania, é um país que tem gente inclusive
civilizada. Esses que fazem esse tipo de assassinato não são civilizados. E,
lamentavelmente, esse cidadão, revolucionário ou não, para mim ele entra no rol
dos que, no mínimo, mancham a sua ficha de luta, se é que têm uma ficha de luta
revolucionária - que eu respeito, se é que ele teve lá no Chile - ele a manchou
aqui no Brasil. Porque essa história acabou; essa do Araguaia, do tempo que nós
aqui participamos da Revolução de 64 e que muitos de nós, da minha geração e de
outros, até nós, particularmente, tentamos, num momento ou noutro, uma luta
fora dos preceitos políticos legais e, sim, dos meios revolucionários, isso aí
foi um período que historicamente está esgotado; portanto, não cabe mais.
Apenas queríamos dizer e ressalvar que talvez tenha sido por questão de data. A
Bancada do PDT não está repudiando, somente, a violência no PT ou em relação ao
PT. Nós queremos repudiar a violência como um todo. Todos os atos de violência
quer em São Paulo, quer em Brasília ou aqui no Rio Grande. A violência é
perniciosa como um todo e que todos nós, homens e mulheres, que pregamos a paz,
devemos repudiar. Mas é claro que votamos respeitando a liderança dos
ex-Prefeitos tanto de Santo André como o de Campinas e que perderam,
lamentavelmente, as suas vidas. Cidades que perderam, lamentavelmente, seus
líderes de grande penetração popular num ato ensandecido de violência que nós
todos, neste momento, vamos votar a favor da Moção de Repúdio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do PC do B não poderia deixar, neste
momento, de trazer a sua solidariedade ao Partido dos Trabalhadores, à família
do Prefeito de Santo André, dizendo que encaminha favoravelmente. Como já foi
dito aqui por algumas lideranças é evidente que todo e qualquer assassinato,
toda e qualquer morte neste País, deve ser lamentada e repudiada. Mas nós
devemos entender, como Casa política, que esta Moção teve um outro sentido: foi
encaminhada exatamente no momento em que um segundo Prefeito, de uma grande
cidade, do mesmo Partido - o Partido dos Trabalhadores - de uma mesma frente
das forças populares, de esquerda, acabava de ser, indicando a possibilidade de
uma escalada de violência política, do chamado "terrorismo político".
E que as divergências políticas entre nós - normais, naturais, democráticas -
passassem a ser resolvidas através do "terrorismo político".
Disseram, hoje, que foi um crime comum. Eu não tenho absoluta certeza disso.
Até hoje nada sabemos sobre o assassinato do Prefeito de Campinas; outros
assassinatos vêm ocorrendo, outras ameaças têm sido feitas e creio que esta
Moção cumpre o papel de dizer o seguinte: alto lá!, a cidadania deste País não
vai aceitar que este País se desencaminhe para a solução das divergências
políticas desta forma! É uma solidariedade ao Prefeito assassinado, mas é este
alerta, esta postura de repúdio à violência política, Ver. Nereu D’Avila, e
também, é claro - no sentido do que Vossa Excelência diz - é uma solidariedade
a todos que vêm sendo assassinados neste Brasil desencaminhado pelo
neoliberalismo, de miséria, de marginalização e assim por diante.
Queríamos
encerrar por aqui, sem usar todo o tempo, dizendo que a nossa Bancada está
solidária e também votará favoravelmente. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras, Srs. Vereadores, queria, rapidamente, em nome do meu Partido, o
PPS, registrar o apoio da nossa Bancada à iniciativa do Ver. Estilac Xavier,
que encaminha a esta Casa uma Moção de Repúdio ao assassinado do Prefeito de
Santo André, Celso Daniel. Eu acho importante o debate sobre esta questão,
porque foi uma morte que sensibilizou o País, por tratar-se de um homem público
com muita respeitabilidade, um jovem político brasileiro. Eu acho importante
recolocar algumas coisas que foram trazidas, aqui, pelo Ver. Raul Carrion,
dizendo que nós temos, infelizmente, no Brasil, visto um crescimento freqüente
da violência e, fundamentalmente, no Rio Grande do Sul, que tradicionalmente
foi um Estado onde nós caminhávamos nas ruas de noite, saíamos cedo para
trabalhar, sem ter aquele pânico de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo.
Esse crescimento da violência se deu recentemente no País, muito nas classes
populares: as maiores vítimas da violência urbana sempre foram as pessoas que
moravam nas periferias, muito mais vulneráveis. Porém o que nós temos visto,
agora nos últimos meses, é que os assaltos, a violência, se expande às pessoas
públicas. Portanto, dá maior visibilidade a essa violência. Apoiando a Moção do
Ver. Estilac Xavier, queremos, nesta oportunidade, repudiar o crescimento dessa
violência, repudiar qualquer ato de violência que atinja qualquer cidadão deste
País. Nesse mesmo período, outras pessoas públicas, como o Promotor de Justiça
de Minas Gerais, que foi assassinado no meio da rua porque a sua posição na
área judiciária feria os interesses econômicos de um grupo, de um setor da
economia daquele Estado.
Os
setores empresariais também sofreram. Lembro o seqüestro de Washington
Olivetto, que também mobilizou a opinião pública brasileira. Esses atos de
violência - as estatísticas do Rio Grande do Sul mostram - têm crescido,
inclusive em segmentos da classe média através de uma outra expressão da
violência, os chamados seqüestros-relâmpagos. A pessoa que fica quatro ou cinco
horas trancada no porta-malas de uma automóvel, porque tinha um cartão de
crédito, muitas vezes, com pouco saldo, seguramente não vai aceitar que chamem
esse seqüestro de seqüestro-relâmpago. Essa realidade da violência que tem
atingido todos os segmentos - os grandes empresários, a classe média, os
setores populares -, que tem atingido pessoas dos mais diversos partidos é uma
violência que se generaliza, que traz inclusive como subproduto uma outra coisa
extremamente grave que é a banalização dessa violência e a descrença da
população em relação aos órgãos públicos. Se conversarmos com nossos amigos,
sempre conheceremos alguém em Porto Alegre que foi vítima de um
seqüestro-relâmpago, de um assalto, de uma ameaça ou roubo. O que é
impressionante é que as pessoas deixam de denunciar pela descrença que têm nos órgãos
públicos. Eu penso que esses temas são fundamentais de serem discutidos por
esta Casa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras, normalmente não sou favorável à Moção de Repúdio, e tenho dito
várias vezes aqui, principalmente quanto ao termo “repúdio”; mas esta Moção
realmente foi algo que despertou o nosso território para, cada vez mais,
discutir a onda de violência. Sabemos que, num curto espaço de tempo, dois
Prefeitos vinculados ao Partido dos Trabalhadores morreram. Mas o que nós temos
visto também, nos últimos meses, é que, de uma hora para outra, proliferou, em
nosso País, uma onda de seqüestros, uma onda de terrorismo, uma onda de
vandalismo, mostrando que não existe mais temor. Sobre isso há duas coisas. Nós
sabemos que a onda de violência retrata toda uma questão social, mas, ao mesmo
tempo, ela também tem um outro parâmetro, que é a questão da impunidade. Então,
em cima disso, é que, cada vez mais, nós nos deparamos com os mais diferentes
tipos de crimes. Com relação aos seqüestros-relâmpagos, recentemente ocorreu
algo até hilariante, quando uma pessoa seqüestrada foi trocada por aparelhos de
som e vídeo, mostrando isso a banalização desse crime. Onde está a nossa
Justiça, que não consegue ainda adequar determinados tipos de delitos, tratando
todos no mesmo bojo?
Portanto,
em nome do Partido Socialista Brasileiro, nós encaminhamos favoravelmente esta
Moção quanto à questão do assassinato do Prefeito Municipal de Santo André,
Celso Daniel. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, senhoras e senhores, a moção, da forma como está escrita, é uma
moção ideológica, política, e não deve merecer o apoio desta Casa. A moção
deveria repudiar toda violência, e não apenas a violência contra o PT, como bem
falou aqui o Ver. Nereu D’Avila. Essas duas mortes de Prefeitos do PT nós
repudiamos, mas eu estou lendo no jornal que o Prefeito de Campinas, o Toninho,
foi vítima de assalto; o Prefeito de Santo André, de acordo com farto
noticiário, teve problemas de licitações fraudulentas e ainda não resolvidas.
Mesmo assim, somos contrários a essas mortes. Mas será que não temos que
repudiar a violência daquela moça, a Naila, que está nos jornais de hoje como
participante daquele evento do PT aqui, e que participou do seqüestro do
Olivetto? Não temos que repudiar aquela violência? Ou aquela outra violência
que foi praticada aqui contra um proprietário de farmácia na Av. Bento Gonçalves?
Depois que o Secretário de Segurança Pública disse que, se precisasse, ele
também assaltaria uma farmácia, em seguida essa farmácia foi assaltada, ali na
Bento Gonçalves, e o proprietário da farmácia, pai de família, foi fuzilado
pelo assaltante. Será que essa violência eu não tenho que repudiar? Eu não
tenho de repudiar a violência que impera nesta Cidade? Quantas e quantas vezes
se diz que a violência está aqui instalada exatamente porque o Secretário da
Segurança Pública tem uma política de segurança que libera os marginais e que
deixa a população à mercê dos seus atos, dos seus vandalismos? Eu tenho ou não
tenho que repudiar essa violência? Se o PT quiser repudiar toda essa violência,
nós vamos votar juntamente com ele, porque eu quero repudiar toda a violência.
Mas se o PT quiser repudiar somente a violência contra os seus integrantes, eu
infelizmente vou-me abster, coisa que eu não gostaria de fazer numa moção desse
tipo. Faço um convite, Ver. Nereu D’Avila, Ver. João Antonio Dib e demais Vereadores
deste Plenário, à Bancada do PT para que altere o texto desta moção, repudiando
toda e qualquer violência, e nós vamos votar, tenho certeza absoluta, por
unanimidade neste Plenário. Mas se esta moção continuar sendo uma moção
política, apenas contra a violência aos membros do PT, eu infelizmente não
posso votar, porque, afinal de contas, é muita a violência que acontece em todo
este País; é muita a violência que acontece nesta Cidade e neste Estado, e
muita dessa violência se deve a determinadas políticas empregadas pelo próprio
Partido dos Trabalhadores.
Então,
eu estou à disposição, o meu voto está à disposição, o PFL está à disposição
para repudiar toda e qualquer violência. E eu pediria até que os Srs.
Vereadores permitissem ao Líder da Bancada do PT que alterasse o texto da moção
para que nós possamos repudiar toda e qualquer violência, mas não vamos - por
favor Srs. Vereadores - permitir que o PT vote mais uma vez uma moção puramente
política para repudiar apenas a violência contra os seus integrantes, porque
assim nós estaríamos perpetrando uma violência maior contra toda a população
deste Estado, contra a população deste País. Não será repudiando apenas a
violência contra um determinado segmento que nós vamos bani-la e vamos mostrar
a posição da nossa sociedade; é repudiando toda a violência que nós vamos
mostrar que este Plenário, representante de toda a sociedade porto-alegrense,
não quer, de forma alguma, que as coisas continuem no patamar em que estão.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores vem, de
forma veemente, repudiar a fala do Ver. Luiz Braz, rebaixada, desqualificada,
que não coloca, em nenhum momento, o debate onde ele deve estar. Ele procura
fazer, da triste morte do nosso companheiro Celso Daniel, um debate rebaixado e
desqualificado, que envergonha a Câmara de Vereadores e que, em nenhum momento,
pode ser assinado por nenhum Vereador.
Nós
ouvimos, aqui, o Ver. Nereu D’Avila, que fez uma ressalva qualificada. Nós
assinamos em baixo, Ver. Nereu D’Avila, o que V. Ex.ª colocou. Isso está
correto, nós assinamos junto com V. Ex.ª esta Moção. Nós ouvimos outros
Vereadores, que falaram em nome de suas Bancadas, colocarem o debate de forma
qualificada sobre a violência no País, mas não podemos aceitar a calúnia baixa,
a calúnia simplificada, a calúnia reduzida proposta pelo Ver. Luiz Braz, que
não teve sequer solidariedade, que é digna de qualquer ser humano.
Quero
dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Luiz Braz, que nós
dispensamos o seu voto. O primeiro exemplo que V. Ex.ª deu como Líder do PFL,
não representou bem o seu Partido, e tenho certeza que o Ver. Reginaldo Pujol
não assina embaixo suas palavras. Infelizmente, a população de Porto Alegre, os
aqui presentes e os que nos assistem pela TV Câmara, tiveram que ouvir o que
foi dito pelo Ver. Luiz Braz, que, eu tenho certeza, esta Câmara, a população
de Porto Alegre, a população deste País repudia de forma muito dura. Aqui não
está colocado um debate político-partidário, não está colocada a disputa
mesquinha de partidos, mas uma moção de repúdio à violência que sofreu o nosso
companheiro, Prefeito, e outros companheiros do Partido dos Trabalhadores, o
que foi bem ressalvado pelo Ver. Nereu D’Avila, que quer colocar uma moção de
repúdio ao conjunto da violência neste Pais. Isso está correto.
Agora,
Ver. Luiz Braz, se V. Ex.ª tiver o mínimo de retidão não permanecerá neste
Plenário para votação desta Moção. Nós dispensamos o seu voto. Nós queremos
aqui o voto solidário de uma população que não aceita a violência e a morte,
independente de se ela é política, se ela tem motivações de assalto, seja o que
for. Nós queremos a solidariedade da Câmara Municipal de Porto Alegre, nós
queremos a solidariedade do povo porto-alegrense. É esse o repúdio que essa
população quer em relação ao nosso companheiro Celso Daniel. Não podemos fazer
desta Câmara única e exclusivamente um espaço de debate partidário, político
que não leve em consideração fatos que emocionaram o País, Ver. Dr. Goulart,
que emocionaram a cada um de nós. Quem é que aceita a morte de qualquer pessoa?
Quem é que quer propor esse debate com vias eleitorais? Nós temos que ter a
consciência de que essa política feita com ódio, com rancor e de forma
sectária, é essa política que leva à violência, Ver. Isaac Ainhorn, em todo o
País. Esses mercadores do ódio é que fazem da política ações violentas que se
esparramam pelo País todo, e esse tipo de conduta, nós temos que repudiar com
altivez de Vereadores e de Vereadoras que trabalham em prol de uma comunidade,
em prol de uma ação coletiva e pelo bem do interesse público e não para fazer
política de disputa partidária, incentivando o ódio, incentivando o rancor e a
violência. O que o Ver. Luiz Braz fez aqui foi um pronunciamento do ódio, do
rancor e da violência. Isso não pode ser aceito pela Câmara Municipal de Porto
Alegre, em nome de uma população por quem ela foi escolhida e eleita.
O
Partido dos Trabalhadores vota pela Moção e repudia veementemente o
pronunciamento do Ver. Luiz Braz, que, tenho certeza, de que não fala em nome
do PFL. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em primeiro lugar, o
orador da tribuna deve sempre se
reportar à matéria que está sendo encaminhada. Este Vereador ele não está à
mercê de nenhum Vereador petista, muito menos do Ver. Marcelo Danéris para ser
repudiado. Quem me pode repudiar são os meus eleitores, que me trouxeram para
cá, somente esses.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Não é uma Questão de Ordem, Vereador.
O SR. LUIZ BRAZ: É uma Questão de Ordem sim, Sr.
Presidente, porque o Vereador, da tribuna, fez sérias ofensas a este Vereador
ao atacar este Vereador da maneira como atacou, porque este Vereador apenas
pediu que se repudiasse toda a violência. Como o Vereador não quer repudiar
toda a violência existente no País, ele fica, então, repudiando sobre a
violência contra o seu partido e praticou uma violência contra este Vereador,
Sr. Presidente, só isso.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, naturalmente, esta
Presidência deseja que todos os Vereadores se manifestem da forma mais autônoma
e livre possível, respeitando todas as Sr.as e Srs. Vereadores que
aqui estão. Este Presidente parte do pressuposto que cada Vereador mandatário
desta gestão tomará todos os cuidados, como, naturalmente, cada Vereador e
Vereadora têm aqui todo o direito de se posicionar contrariamente ao que for
dito na tribuna desta Casa.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas quando atacam os outros Vereadores,
quando ferem os outros Vereadores, começamos a penetrar no terreno da ética e,
realmente, isso tem faltado muito para a Bancada do PT: ética.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, na verdade, quando um
Vereador se sentir atingido, existe um Regimento interno para que possamos
encaminhar isso, sem que possamos tumultuar a Sessão.
O SR. ESTILAC XAVIER (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja
retirada das notas taquigráficas a expressão de nexo, de causa e efeito, que
fez com que fosse repudiado o pronunciamento do Ver. Luiz Braz, quando ele
aludiu que as motivações possíveis da morte do nosso companheiro Celso André
tinham razões de fraudes na Prefeitura, de uma pessoa que morreu e que não há
prova disso e que não tem um caso se tratando disso. E foi este o
pronunciamento que foi repudiado. Queremos que seja extraído das notas
taquigráficas. Este é o Requerimento, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Eu peço que seja feito por escrito o
pedido.
O SR. LUIZ BRAZ: Em momento nenhum este Vereador afirmou
que o Prefeito de Santo André, Celso Daniel...
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, nós vamos receber o
Requerimento. Vamos, em cima do Requerimento escrito, feito pelo Ver. Estilac
Xavier, analisar o que foi dito por V. Ex.ª desta tribuna e voltaremos ao
assunto. Por favor.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu não quero contraditar
V. Ex.ª, mas, é que V. Ex.ª permitiu que o Ver. Estilac Xavier fizesse o
Requerimento...
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, os dois Vereadores já
puderam se posicionar. Eu solicito a compreensão dos nobres Vereadores para que
possamos prosseguir com a Sessão.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º.
016/02, do Ver. Estilac Xavier.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, eu não ia me pronunciar, até porque as coisas estavam serenas e
calmas, era só votar a favor desta Moção. Até porque eu vejo aqui, e é
importante salientar, que este requerimento é um dos mais antigos dos que aqui
estão, Requerimento n.º 16/02. O que eu quero dizer com isso é que naquela
oportunidade, quem sabe, havia uma conotação de que era um crime político,
agora, está esclarecido de que foi um crime bárbaro, de bandidos. Então, saiu
aquela conotação da parte política para entrarmos nesse aspecto de criminosos.
O lado político foi afastado.
Eu
venho à tribuna, e serei breve, para dizer que sou solidário a esta Moção do
Ver. Estilac Xavier, quanto a esse bárbaro crime cometido contra o Prefeito
Celso Daniel do PT. A nossa Bancada se solidariza, porque entende que esse tipo
de crime não auxilia em nada, não mostra nada e traz algum revanchismo, nada
disso. Eu acho que é bárbaro, e se é bárbaro é para qualquer circunstância. O
nosso Partido se solidariza com esta Moção. Não sou muito a favor de moção, mas
desta vez, até porque eu considero necessário que possamos aqui externar o
nosso profundo pesar e a nossa solidariedade, porque entendemos que, em
qualquer circunstância, foi um crime bárbaro, que deu a coincidência de ser com
o Prefeito do PT, como poderia ser um Prefeito do nosso Partido. Neste aspecto,
quero trazer a nossa solidariedade, vamos votar sim a esta Moção. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar o Requerimento n.º 016/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, esta é uma moção que, na verdade, já deveria ter sido votada por
esta Casa. Lembro-me muito de algumas oportunidades em que o Ver. Estilac
Xavier tentou incluí-la para a votação. Acho que ela é uma manifestação
importante desta Casa, que é a representação popular da Cidade de Porto Alegre,
de uma matéria que choca diariamente os lares brasileiros, que é a violência.
Evidente que ao traduzir num caso concreto, bárbaro que foi o assassinato do
Prefeito Celso Daniel, figura confirmada como Deputado Federal, como Prefeito
pela segunda vez, de uma grande cidade paulista, portanto uma figura com
credencial pela sua afirmação de luta e pelas suas convicções políticas. Uma
sociedade quando perde os seus referenciais éticos, morais, descamba para um
processo de violência descontrolada. Uma cidade, um País que tem uma exclusão
social como a nossa, conduz para o ambiente criminoso. Uma sociedade que não
tem tido, e aí não é através lá da periferia, mas especialmente através das
classes média e alta, que são as grandes consumidoras de drogas neste País. A
droga, infelizmente, conduz à bárbara violência. Portanto, as causas da
violência são muitas, vêm da exclusão social, vêm da falta de oportunidade, vêm
pela corrupção das autoridades maiores do País que conduzem uma sociedade a
acreditar que o caminho é o crime, que o caminho é o descaminho.
Mas
ela vem também por uma certeza, com toda certeza vários fatores estimulam a
criminalidade, mas um deles é quando o criminoso tem certeza da sua impunidade.
Quando vejo, às vezes, alguém dizendo, equivocadamente, que temos que ter a
pena de morte, de que temos que ter prisão perpétua no País, na nossa
avaliação, não é esse o caminho que vai combater efetivamente a violência, mas
um caminho que pode combater a violência, com toda a certeza, é a certeza da
punição, que hoje não existe neste País. Portanto, repudiamos a pena de morte,
repudiamos a prisão perpétua, mas somos francamente a favor de que possamos ter
a certeza da punição. Parece que o Ver. Ervino Besson tem uma posição
contrária, que eu respeito de forma plural e democrática, mas eu poderia
responder ao nobre Vereador que, nos países que adotaram esse caminho, os
crimes tornaram-se muito mais violentos, porque o criminoso quer apagar todos
os seus rastros para que, amanhã, perante o julgamento, não apareça alguém que
possa dizer que foi ele. Portanto, as estatísticas daqueles países que adotaram
não têm demonstrado que o caminho seja a pena de morte. Vou dizer mais, aqui
neste Plenário há bons juristas que sabem disso, quem iria para a forca, na
verdade, seriam os negros e os desdentados, porque os poderosos, com certeza,
estariam ladeados por boas bancas para não chegarem ao estado final. Mas a
impunidade neste País é uma realidade, e o Estado, no sentido latu sensu, está completamente
destruído; e, quando o Estado, no sentido latu
sensu, não é o referencial da sociedade, e quando a bandidagem sente que o
Estado não tem efetivamente esse poder de polícia, invade as casas, os lares, e
acontece o que aconteceu com o nosso Prefeito.
Casos
como o de Celso Daniel acontecem de norte a sul; de leste a oeste, com
crianças, com velhos, com pessoas das mais diferentes matizes. Infelizmente, às
vezes, não são manchetes de jornais porque não são figuras destacadas. E com os
aparelhos do Estado e com os governantes, quando acontece um episódio como
esse, volta à tona a velha discussão de que deve haver um plano nacional de
segurança, assunto recorrente dos governos da Velha e da Nova República. Mas,
na verdade, não adianta fazer apenas mais presídios, mais cadeias, mais
polícias, o que é necessário neste momento, porque isso tem de ser combatido de
forma imediata, é que você tem de estar casado e esteado com uma proposta de
resgate de cidadão e de cidadania juntamente com o aparelho de repressão. Por
isso, é justa esta Moção. Por isso, é justa esta postulação. E acredito que o
Ver. Nereu D’Avila apanhou bem: o repúdio tem de ser contra a violência a
todos, não contra um determinado partido, e nisso eu sei que a bancada
governista também concorda.
Por
isso quero dizer que é uma justa proposição e a nossa Bancada vai apoiá-la,
repudiar sempre a violência, sempre a favor da paz, da fraternidade e da
irmandade. Por isso cumprimento o Ver. Estilac Xavier, mesmo que seja
atrasadamente, por esta Moção de Solidariedade pela morte do grande Prefeito,
do grande político que se afirmou sempre na luta popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
João Antonio Dib, o Requerimento n.º 016/02. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.
Em
votação o Requerimento n.º 287/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, mais uma vez eu vou dizer que vou me abster de
votar e não teria sentido eu vir a esta tribuna fazer um encaminhamento; mas,
eu tenho dito, e foi provado há poucos minutos, que moção gera emoção, tensão,
irritação, agressão e não soma nada.
A
Moção que foi votada anteriormente estava na Casa há mais de trinta dias. Não
se fala mais, e o problema está quase solucionado.
A
Moção que o nobre e querido Prof. Carlos Alberto Garcia pretende que seja
votada vai levar a quê? A zero, a nada! Ela foi apresentada no ano passado, as
alterações no Colégio Tiradentes já foram feitas ou se não foram feitas na
medida que queriam... Foi no ano passado, nós estamos terminando o mês
fevereiro, amanhã é o último dia, e nós vamos votar uma moção, mas moção não
soma nada.
Há
uma moção aqui que é homenagem ao ilustre Presidente desta Casa, do Ver. Nereu
D’Avila, porque o nosso Presidente teve um veto no Fórum Social Mundial. Os
momentos existem e têm de ser aproveitados. Nesse dia em que o nosso grande
Presidente foi vetado eu vim a esta tribuna, usei o tempo de Liderança e deixei
claro que o Município é uma grande Casa, que o Governo Municipal é o responsável
por esta grande Casa. O Governo Municipal se constitui de dois Poderes,
portanto, tem dois responsáveis; como é que não se deixa o responsável entrar
na sua casa? Pois não deixaram o Presidente. Eu vim aqui, coloquei a
manifestação da minha Bancada contrário à agressão que fizeram ao Legislativo
Municipal, mas tinha de ser naquela hora, um mês depois não adianta mais. Nós
estaremos discutindo, discutindo, discutindo e perdendo o nosso tempo, deixando
de votar coisas importantes; eu disse que nós temos um Projeto de 98 para ser
votado na Ordem do Dia de hoje, mas nós vamos continuar discutindo. Nós não
sabemos que a moção tem um momento de ser feita, e o momento é quando o fato
acontece, e por isso nós temos tempo de Liderança, para usar exatamente para isso.
Aconteceu uma agressão, aconteceu uma coisa equivocada, uma pessoa lá na rua,
um gari lá na rua foi assaltado, foi maltratado, e não foi atendido, vamos
fazer uma Comunicação de Líder e vamos dizer que aquilo não pode acontecer, mas
gastar papel da cidade de Porto Alegre, eu tenho uma aqui que vou trazer a
qualquer momento para ver como se gasta o tempo e o dinheiro do povo de Porto
Alegre: com moções e não votamos os Projetos. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o Requerimento n.º 287/01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, primeiro queremos registrar que nós ingressamos com esta Moção no
dia 19 de dezembro de 2001, portanto, há dois meses e oito dias. E falamos
diversas vezes no tempo de Liderança relativo ao que estava ocorrendo quanto ao
Colégio Tiradentes. E é importante resgatar algumas coisas; primeiro, que o
Colégio Tiradentes é uma escola estadual que tem cento e setenta alunos. E eu
sempre disse que essa escola tem algo diferente, porque em 1995 conseguiu
colocar o primeiro lugar no vestibular da Universidade Federal e nos últimos
seis anos sempre tem aluno entre os dez melhores da Universidade Federal,
embora o objetivo da escola não seja esse: é a formação. Mas o que ocorre? Por
que essa escola tem algo diferente? Nós sabemos que essa escola estava
vinculada à Brigada Militar, e eu sempre disse que é uma escola que tem aqueles
princípios de hierarquia e disciplina. O seu Diretor, o Major Maurício, é uma
pessoa habilitada, porque além de Major da Brigada Militar ele é professor,
então ele não fere, em momento algum, o Regimento da Secretaria Estadual de
Educação. E até eu disse, oportunamente, que o que a Secretaria da Educação
deveria fazer nas suas três mil e seiscentas escolas, tendo uma escola com
cento e setenta alunos, era verificar o que ocorre de diferente e tentar trazer
esse ensino para as demais. Ou seja, é uma escola que poderia ser utilizada
como caráter experimental, porque é um tipo de experiência que deu certo. Eu
gostaria que alguém viesse aqui contestar e dizer que esse tipo de escola não
deu certo. E espero que alguns o façam.
Agora,
eu só lastimo realmente que a votação dessa Moção já tenha passado do seu
período de discussão maior, mas ela ainda é oportuna, porque é uma moção de
solidariedade ao Major Maurício Martins Alves, em nome de todos os alunos,
professores e funcionários do Colégio Tiradentes, relativa à mobilização contra
a edição do Decreto n.º 41.274, que vincula o estabelecimento de ensino à
Secretaria de Educação e objetiva desvincular compulsoriamente da Brigada
Militar. Então, acho que a moção de solidariedade desta Casa vai servir ainda
como um patamar de uma causa para que os estudantes, os pais, os professores e
a comunidade do nosso Estado possam lutar para que o Governo do Estado possa
rever esse caso e que essa escola possa ser utilizada como escola-piloto para
as demais três mil e seiscentas, porque o que ocorre lá deveria ser exemplo
para todas as outras. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar o Requerimento n.º 287/01.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos falando aqui,
também, de violência. Eu pediria para o Ver. João Antonio Dib, que disse que
não vota moções, que refletisse, dando o seu voto para a Moção de autoria do
Ver. Carlos Alberto Garcia.
Quem
conheceu o Colégio Tiradentes, quem conviveu com as pessoas que assistiram aula
nesse Colégio, todas aquelas famílias que lutavam ao lado filhos para que o
Colégio continuasse sendo o melhor colégio de nossa Cidade, sabe da violência
que foi cometida pela Secretaria da Educação e pelas pessoas que falsamente
dizem que repudiam violência contra a educação e contra aqueles meninos que
cursaram ou que pretendiam continuar cursando o Colégio Tiradentes. Quantas
crianças, quantos meninos ainda gostariam de passar por aquele regime severo do
Colégio Tirantes, mas de excelente qualidade. Quanta gente boa o Colégio
Tirantes conseguiu formar, conseguindo fazer com que se desenvolvessem, fazendo
com que seus alunos atingissem altos postos na sociedade porque foram
extremamente qualificados através do ensino recebido pelo Colégio Tiradentes.
Mas, infelizmente, o que aconteceu? O Ver. Carlos Alberto Garcia fez muito bem
o seu relato da tribuna. Ao invés, Ver. Carlos Alberto Garcia da Administração
se guiar pelos bons exemplos de ensino do Colégio Tiradentes, fez completamente
ao contrário. Ora, se há um Colégio que está dando certo, se tem algumas
crianças que podem aprender um pouco mais, se tem um pouco mais de qualidade no
Colégio Tiradentes, vamos acabar com isso, porque nós temos que nivelar todos
por baixo. Eu sei agora, Ver. Carlos Alberto Garcia, que, talvez, outros
Vereadores que defendem tão ardorosamente essas moções de violência contra o PT
e que não defendem a violência contra o restante da população, que esses
Vereadores nem se encontram aqui, eles nem vêm aqui para o Plenário para votar
a sua moção, porque afinal de contas eles não conhecem o Tiradentes, eles não
se deram ao trabalho de ir lá ver o que o Tiradentes faz pelas crianças ou já
fez pelas crianças; eles não conhecem o universo formado pelo Tiradentes; não
sabem o mal que a Administração está fazendo ao não permitir mais que o Colégio
Tiradentes continue tendo a excelência no ensino como sempre obteve durante a
sua longa existência.
Mas
o Ver. Carlos Alberto Garcia vem com uma Moção de Solidariedade, eu vou me
filiar a sua Moção de Solidariedade, Ver. Carlos Alberto Garcia, e quero ver se
outros Vereadores, que se dizem tão defensores de um melhor mundo, se também
vão se filiar a sua Moção e vão aprovar a sua Moção de Solidariedade que é,
também, ao mesmo tempo, muito embora V. Ex.ª, com toda sua elegância não
coloque, uma moção de repúdio contra esses truculentos que liquidaram com o
ensino no Rio Grande do Sul, e que agora estão derrubando um dos últimos
bastiões de resistência da educação, aqui nas terras gaúchas. Mas eu sei que
muitas pessoas que colaboram para que esses ensinos sigam ruim como está, vão
votar talvez contrárias ou vão se abster. Mas V. Ex.ª vai contar com o voto
deste Vereador, que não se retira do Plenário hora nenhuma, na hora de votar
coisas importantes, como essas, mas que, realmente, se vexa muito em ver o
tempo se escoar aqui neste Plenário sem que nós enfrentemos as questões
principais desta Cidade, porque existe um artifício, uma artimanha do Partido
dos Trabalhadores para que nada de principal, nada de importante possa ser
votado. Mas se salva a sua Moção, a sua Moção é importante, a sua Moção
realmente salva esta tarde de discussão que nós fazemos aqui nesta Casa, porque
ela é extremamente importante, ela é uma reverência aos bons educadores, às
boas escolas, e o Tiradentes, com certeza, sempre se incluiu entre elas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar o Requerimento n.º 287/01.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Sessão normalmente inicia às 14h, hoje começou às 14h15min porque,
recorrentemente, alguns chegam atrasados, então temos que cobrar de quem chega
atrasado. Nós não temos nenhum problema de postergar as reuniões aqui para
discutir, inclusive aceitamos reuniões extraordinárias. Portanto, nós devemos
discutir tudo o que interessa à cidade de Porto Alegre, e o Colégio Tiradentes
interessa à Porto Alegre, como interessam todos os colégios públicos desta
Capital e deste Estado. Nesta Casa, há três ou quatro valorosos Vereadores que
cursaram o Colégio Júlio de Castilhos, um colégio público. Nós queremos que a
qualidade tão propalada do Colégio Tiradentes, que é real, seja realidade em
todos os colégios estaduais, seja a realidade do colégio da periferia da Lomba
do Pinheiro, seja a do Rubem Berta, seja a do Júlio de Castilhos, que tem
tradição histórica no ensino público desta Cidade, como a recém instalada
escola de 2.º grau, Ver. Ervino Besson, em Santo Antônio do Palma, que
desmembrou de Casca, a sua Cidade.
(Aparte
anti-regimental.)
Exatamente
por isso. Os alunos de lá têm que ter a qualificação, porque lá há uma
biblioteca, lá há um centro de ciências que todos os colégios têm que ter. Nós
não temos que pensar em cento e setenta alunos apenas do Colégio Tiradentes,
temos que pensar nos alunos, sim, do Tiradentes, como temos que pensar em todos
os alunos do Estado do Rio Grande do Sul. É equivocada a posição do Ver. Carlos
Alberto Garcia, que, provavelmente, se esqueceu de ligar para a Prof.ª Maria
Augusta Feldmann, que já foi Presidenta do CPERS, que é uma educadora; eu
duvido que ela teria essa posição que o Ver. Carlos Alberto Garcia tem. As moções
têm de servir para ajudar e não para atrapalhar, é uma visão elitista, é
conservadora, é uma visão de quem não está em dia com as questões da educação,
apesar de ser professor, apesar de estar exercendo a profissão no 3.º grau e
não no 2.º grau. Nesse sentido, a Bancada do Partido dos Trabalhadores não
acompanhará o nosso colega da Frente Popular, porque é uma posição equivocada,
atrasada, retrógrada. Queremos o Colégio Tiradentes funcionando como todas as
escolas de 2.º grau de ensino público do Rio Grande do Sul, com qualidade, seja
ela num grotão do Rio Grande do Sul, seja ela, Ver. Ervino Besson, em Santo
Antônio do Palma, ou seja aqui no Júlio de Castilhos, que deu valorosos
Vereadores a esta Casa; um colégio público.
Nós
queremos, sim, discutir aqui a questão da educação. Nós queremos discutir, sim,
a forma como se educa, como nós vamos discutir as questões pedagógicas. Não é
por uma questão hierárquica – com todo o respeito ao Major, que nós conhecemos
– que se dá a qualidade de ensino, é exatamente pelo respeito às diferenças,
exatamente pela integração de pessoas, sejam elas filhas de militares, sejam
elas filhas de policiais, sejam elas filhas de pessoas do Morro da Cruz. Todo
mundo tem direito à educação básica, na escola pública e de qualidade. Não
queremos apenas um colégio público, de cento e setenta alunos, no Partenon,
para servir de exemplo, queremos que todos os colégios do Rio Grande do Sul
sirvam de exemplo, não apenas ao Estado, mas ao País, porque nós temos ainda
centenas de crianças fora das salas de aula pelo País afora. Aqui, nós estamos
dando um exemplo de educação pública e de qualidade. Podemos cometer equívocos
– a Ver.ª Sofia Cavedon, que é educadora e já foi Secretária-Substituta do
Município, sabe -, todo ser humano e todo professor, como eu – e vários aqui
são professores –, tem limitações, comete equívocos. Mas nós não vamos cometer
o equívoco da falta de diálogo, da falta de abertura, da falta de trazer as
crianças da periferia para uma escola pública. Nós queremos a qualidade do
Tiradentes para todas as escolas do Município!
Portanto,
eu chamo a clarividência desta Casa para votar contra a Moção proposta pelo
Ver. Carlos Alberto Garcia, que é uma proposição equivocada, é uma proposição
elitista. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal, solicitada pelo Nereu
D’Avila, o Requerimento n.º 287/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia.
(Após a apuração nominal.) (Pausa.) REJEITADO
por 08 votos SIM, 10 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Esta
Presidência recebeu Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro,
solicitando apreciação em grau de recurso, pelo Plenário, após a oitiva da
Comissão de Constituição e Justiça, com a concessão de efeito suspensivo da
decisão do Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre sobre a instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar possíveis irregularidades
administrativas no DEMHAB.
Esta
Presidência acolhe o Requerimento, com efeito suspensivo, até que tenhamos a
oitiva da Comissão de Constituição e Justiça, e, posteriormente, a decisão pelo
Plenário.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, quando da votação da
Moção sobre a violência, este Vereador não tinha e não tem nenhuma intenção de
fazer ataque às pessoas já falecidas. Eu pediria a V. Ex.ª, como Presidente da
Mesa, que, se houve no meu pronunciamento – eu acredito que não houve –,
qualquer ofensa ou qualquer ataque às pessoas falecidas, determine, por favor,
que a Taquigrafia retire os termos ofensivos que eu possa ter utilizado.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, esta Presidência acata e
vai solicitar à Diretoria Legislativa que faça a devida análise do texto.
Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h22min.)
* * * * *